E qual é a novidade desse acontecimento? É que já se passaram 20 anos da inauguração das instalações do Centro de Biotecnologia da Amazônia, o sonhado Polo de bioindústria, aquele que deveria buscar os princípios ativos da floresta, sem desmatar suas árvores, mas apenas copiar as soluções que a natureza dispõe – e que não são poucas – para problemas que atormentam a humanidade, tais como a saúde, a velhice, a insegurança alimentar… para dar três exemplos. Respostas, como dizem os cientistas, disponíveis aos montes na Amazônia.
Por Wilson Périco
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“O sol há de brilhar mais uma vez”, diria o cancioneiro popular para sinalizar que tudo apenas começa nas batalhas cotidianas. Na semana passada, o responsável pelo CBA, Fábio Calderaro, ao lado do superintendente da Suframa, Algacir Polsin, convocaram todos os interessados, ou seja, o cidadão comum, aquele que aguarda do poder público iniciativas a seu favor, especialmente a oportunidade do emprego para sustento da família, para esclarecimentos muito importantes. O objetivo era esclarecer os próximos passos do edital que irá transferir a gestão do Centro de Bionegócios da Amazônia para a responsabilidade de uma organização social, reconhecidamente gabaritada a assumir seu gerenciamento.
E qual é a novidade desse acontecimento? É que já se passaram 20 anos da inauguração das instalações do Centro de Biotecnologia da Amazônia, o sonhado Polo de bioindústria, aquele que deveria buscar os princípios ativos da floresta, sem desmatar suas árvores, mas apenas copiar as soluções que a natureza dispõe – e que não são poucas – para problemas que atormentam a humanidade, tais como a saúde, a velhice, a insegurança alimentar… para dar três exemplos. Respostas, como dizem os cientistas, disponíveis aos montes na Amazônia.
Longe de nós ficar apontando os responsáveis por este descaso. Importante agora é aplaudir e apoiar a atual gestão da Suframa e do próprio CBA pelos avanços significativos no equacionamento deste imbróglio constrangedor. É importante, também, que todos saibam que, neste meio tempo, estes servidores públicos trabalharam freneticamente não apenas para assegurar a certidão de nascimento do tal Polo de bioindústria da Zona Franca de Manaus, expressa num CNPJ. Registramos, com satisfação, ações efetivas para expandir alternativas na direção de toda Amazônia Ocidental e do estado do Amapá, e assim criar novas modulações econômicas para geração de emprego, renda e oportunidades.
O que não podemos é aceitar a violência e a ilegalidade como formas da empregabilidade sombria de nossos jovens. A criação do distrito de BioAgroIndustrial no município do Rio Preto da Eva, por isso mesmo, significa implantação de um modelo referencial a ser ajustado e replicado por todas a área de gestão da Suframa, com a participação efetiva do CBA. A modelagem de desenvolvimento socioeconômico e ambiental integrado, projeto que inclui Amazonas, Rondônia e Acre é outra iniciativa que merece aplauso e, em qualquer cenário político, a obrigação de continuidade.
Precisamos brecar esse hábito danoso ao interesse público de interrupção de obras com grande relevância social que são abandonadas pelo simples fato de serem inauguradas por alguém de outro grupo político. O interesse coletivo deve sobrepor-se sempre aos ditames políticos partidários.
É sempre bom lembrar que o CBA resulta de uma expectativa, intenção e projeto que tiveram a participação decisiva do setor produtivo da ZFM. E que foram as taxas da Suframa a fonte principal de recursos para a aquisição dos laboratórios e construção das instalações do Centro de Biotecnologia. Portanto, não pertence ao ministério A, B ou C, nem ao setor privado. Nada fizemos além do nosso compromisso e responsabilidade social. Afinal, essas ações, assim como a manutenção integral da Universidade do Estado do Amazonas, fazem parte do contrato firmado pelas empresas com a União Federal para produzir riquezas, oportunidades e geração de postos de trabalho para beneficiar e promover o acesso das populações empobrecidas ao patamar digno e justo de cidadania.
Portanto, não podemos em hipótese alguma concordar que as empresas aqui instaladas e suas respectivas entidades não buscaram criar alternativas para a economia do Polo Industrial de Manaus, estabelecido a partir do mencionado contrato de compensação fiscal para reduzir a injustiça das desigualdades regionais entre o Norte e o Sul do Brasil. Fomos à Brasília, mobilizamos as forças locais, convencemos a Embrapa Amazônia Ocidental a debater o assunto, pois julgamos em determinada época que era perfeitamente factível entregar a indefinição em torno do modelo de gestão do CBA para Embrapa, uma empresa brasileira, a mais aplaudida mundo afora na geração de negócios e oportunidades no setor primário. Essa foi uma das bandeiras de nossas luta entre tantas, razão pela qual, e com muita alegria, deixamos aqui registrado nosso apreço e gratidão aos gestores da Suframa e do CBA, por criarem as condições de um novo tempo que nos permitirá, utilizando de forma racional, científica e sustentável, a fantástica biodiversidade amazônica e seus benefícios a favor de nossa gente.
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