“Esse é o meu convite: que nos unamos em torno dessa causa, promovendo o desenvolvimento econômico e a preservação da maior floresta tropical do planeta. A Zona Franca de Manaus é mais do que um modelo de acertos. É um compromisso com o futuro.”
Por Nelson Azevedo
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O Acordo Mercosul-União Europeia, somado às recentes iniciativas comerciais entre Brasil e China, representa uma oportunidade única para reposicionar o Brasil e, especialmente, a Zona Franca de Manaus (ZFM) no cenário global. Contudo, mais do que uma simples oportunidade, trata-se de um chamado à responsabilidade e à união em defesa de um modelo que simboliza a conciliação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Unidade pela continuidade
A ZFM é muito mais que um polo industrial; é um modelo estratégico que protege a floresta amazônica e promove sua integração ao desenvolvimento nacional. É uma conquista que não pode ser reduzida a disputas pontuais ou a narrativas que ignoram sua relevância para o país e o planeta. Diante dos desafios que enfrentamos, é urgente que nos unamos em torno de propósitos comuns para assegurar sua continuidade e avanço.
Sustentabilidade: um imperativo estratégico
A sustentabilidade, hoje, deixou de ser um diferencial para se tornar uma exigência inescapável. Mercados como o europeu, que priorizam cadeias produtivas éticas e ambientalmente responsáveis, são os novos padrões a serem alcançados. Para a ZFM, isso significa alinhar nosso modelo produtivo às rigorosas demandas internacionais, modernizando tecnologias e promovendo inovações que garantam competitividade e eficiência.
Centro de Bionegócios
Nesse contexto, a bioeconomia surge como um dos pilares promissores. A Amazônia, com sua incomparável biodiversidade, tem potencial para liderar uma nova economia global baseada em produtos de alto valor agregado, como biofármacos, cosméticos e alimentos funcionais. A indústria, desde que patrocinou a construção do CBA, que hoje se chama de Centro de Bionegócios da Amazônia, acreditou na diversificação através da Bioeconomia. Mas isso exige planejamento, investimentos em infraestrutura e um pacto que valorize a floresta em pé como um ativo estratégico para o Brasil e o mundo.
O dever de casa e a união pelo bem comum
Para que a ZFM aproveite plenamente essa janela de oportunidades, precisamos fazer o dever de casa. Isso significa superar a polarização que frequentemente paralisa o debate público e focar em ações concretas que tragam resultados reais. Não há mais espaço para antagonismos estéreis e predatórios. O momento exige diálogo, cooperação e, acima de tudo, união.
Visão de futuro
Investir na modernização logística, reduzir custos produtivos e diversificar nossas cadeias industriais são passos fundamentais. Ao mesmo tempo, é crucial que se construa uma narrativa que reforce o papel da ZFM como modelo de desenvolvimento sustentável. Nossa capacidade de atrair investimentos e abrir novos mercados dependerá diretamente de como comunicamos ao mundo nossa visão de futuro.
Uma proposta de pacto nacional
O futuro da ZFM deve ser um compromisso de todos. É hora de priorizarmos a comunhão de propósitos e construirmos um pacto nacional que una esforços em defesa de um modelo que não apenas protege a Amazônia, mas gera empregos, promove inovação e fortalece a economia brasileira.
Referência global
Essa união é essencial para enfrentarmos os desafios que estão por vir. O Acordo Mercosul-União Europeia nos oferece uma oportunidade de mostrar ao mundo que o Brasil pode liderar pelo exemplo, transformando a ZFM em uma referência global de sustentabilidade e prosperidade compartilhada.
Prioridade ao que nos une
A ZFM não é apenas um polo de desenvolvimento regional. É um símbolo do que podemos alcançar quando conciliamos preservação ambiental, inovação tecnológica e inclusão social. Neste momento decisivo, precisamos olhar para o que nos une e deixar de lado as divisões que nos afastam. A defesa da ZFM é, acima de tudo, a defesa de um futuro melhor para todos os brasileiros.
Este é o meu convite
Nunca foi tão importante reafirmar nosso compromisso com a sustentabilidade como caminho para a prosperidade. É hora de trabalhar juntos, com responsabilidade e visão, para garantir que a Zona Franca de Manaus continue sendo um modelo para o Brasil e para o mundo. Esse é o meu convite: que nos unamos em torno dessa causa, promovendo o desenvolvimento econômico e a preservação da maior floresta tropical do planeta. A ZFM é mais do que um modelo de acertos. É um compromisso com o futuro.
Nelson é economista, empresário e presidente do sindicato da indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.