“A ideia da festa não virou fumaça, e as águas vão voltar a rolar. Contra toda a desesperança, e acima de tudo, reflitamos sobre o papel de cada um de nós na construção de uma Amazônia que seja sinônimo de vida, sustentabilidade prosperidade solidária, que não deixa ninguém de fora do mutirão, nem abre mão do protagonismo em comum.”
Por Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
Neste 5 de setembro, Dia da Amazônia e do Estado do Amazonas, somos confrontados com um cenário alarmante: a maior vazante dos rios já registrada e o aumento de focos de queimadas, configurando-se como a maior dos incêndios. Diante dessas adversidades, como celebrar a Amazônia e pensar em um futuro próspero e sustentável para essa região tão importante para o planeta?
Apesar das dificuldades, a data é uma oportunidade para refletir e agir, fortalecendo iniciativas que promovem o desenvolvimento socioambiental da Amazônia. A região enfrenta desafios assustadores, como a falta de infraestrutura adequada, a despeito de possuir um imenso potencial que precisa ser explorado de forma responsável e sustentável. Barulhos foram feitos mas não incomodaram o berço esplêndido atávico e distante da relação do país com sua floresta.
Entre iniciativas de Logística e ESG do CIEAM, de suas Comissões irrequietas e produtivas, seus avanços criativos com protagonismo temos razões para acreditar nas iniciativas nativas. Ainda no âmbito não-governamental acompanhamos os avanços do IDESAM e da AMAZ, entre outras intervenções, onde multiplicam-se as startups e negócios inovadores da Amazônia, que atestam o surgimento de um ecossistema na direção da nanobiotecnologia inovadora na região. É impossível pensar num fio da meada tão emergencial que não seja inovação, novas soluções para velhos desafios, a partir das demandas locais.
Na história da Amazônia, desde que o Grão-Pará e Rio Negro era um aglomerado geopolítico no século XIX, uma certeza se formou. Cabe a nós um projeto de ruptura pacífica com o Brasil latifundiário. Essa certeza, infelizmente, não foi adiante. Restou o compromisso de trabalhar para construir saídas. E a solução que se apresenta no horizonte do provável é um projeto que surja da Amazônia considerando que o país – sempre deixou claro – não tem disposição nem talento para formular um projeto político para a região.
Hoje, o topo do ranking da intensidade da inovação tecnológica está nas mãos do Amazonas, e enxergam os Estados do Pará e Maranhão liderando em número de startups, mostrando o dinamismo do empreendedorismo regional. Esses negócios inovadores são fundamentais para promover o uso sustentável dos recursos naturais, gerando impacto positivo na economia e no meio ambiente. Falta, apenas, levantar a cabeça no modo mutirão dos povos originários, sua habilidade em dispensar narrativas na interlocução intuitiva e construtiva da floresta.
Promoção da Bioeconomia
Algumas ações buscam desenvolver um ecossistema de negócios sustentáveis na região. Iniciativas isoladas começam a interagir entre si dentro de padrões inspirados na Agenda 21, atendimento das demandas sociais e reposição dos estoques naturais, ou seja, critérios que devem, a qualquer momento, desenvolver o que estava previsto nas origens do CBA, Centro de Bionegócios da Amazônia, uma rede nacional de Biotecnologia para partilhar, agregar e empinar negócios.
Todos nós, que pensamos a Amazônia em perspectiva de mudanças, propomos isso, a partir do adensamento de uma indústria, “a que mais agrega tecnologia na indústria nacional de transformação”, para diversificar os negócios da região que já reúne os requisitos uma economia sustentável, focada na utilização responsável dos recursos biológicos numa visão transversal e multidisciplinar.
Proteção das Populações
É indissociável, nas relações capitalistas, a geração e a distribuição da riqueza, dependendo dos parâmetros de ordenamento legal dos contratos. Afinal, produção e consumo estão na base da infraestrutura dos negócios e acordos. Constrange o capital, o trabalho, o poder público e o espírito humanitário o desequilíbrio socioeconômico do Amazonas e o fato deste estado figurar entre os maiores contribuintes da Receita Federal.
Com os fenômenos apavorantes da mudança climática intensificando eventos extremos, a previsibilidade já teria ocupado prioridade absoluta do poder público, já que o setor privado, pelo segundo ano consecutivo, “deu seu jeito”. Ou seja, resiliência climática torna-se cada vez e a cada dia mais essencial.
No Acre, na sequência dos impactos das enchentes e para atender a população em vulnerabilidade social, uma tragédia urbana devastadora, já estão utilizando tecnologia de governança de dados para proteger as populações ribeirinhas e a economia local. A iniciativa demonstra como a aplicação de tecnologia e dados pode salvar vidas e sustentar comunidades diante de desastres naturais.
O Futuro que queremos
Aplausos à mobilização da Rede Amazônica de Comunicação para reunir e consolidar o movimento “A Amazônia que Eu Quero”. O projeto tem a nobreza da simplicidade e da magnanimidade. Afinal, esta é uma região próspera, com uma população que vive em harmonia com a floresta, utilizando seus recursos de forma sustentável e responsável. Entretanto, a maioria é barrada do baile dos bacanas. É precioso virar esse jogo e ele toma dinâmica e fôlego a partir de ações do setor privado.
Para alcançar um futuro justo e inclusivo, é essencial o fortalecimento das instituições e entidades de classe, a começar por escolher bem seus representantes, capazes de desenvolver, ou integrar-se a projetos que capacitam talentos locais e promove o desenvolvimento de ideias e insights focados na bioeconomia e na tecnologia inovadora intrinsecamente articulados. Esses esforços contribuem para a criação de um ecossistema de negócios resiliente, inovador e sustentável de curto, médio e longuíssimo prazo.
Solidariedade e Sustentabilidade
A celebração da Amazônia deve ir além das palavras e se materializar em ações concretas que unam a solidariedade e a sustentabilidade. Desde as previsões sombrias dos eventos climáticas de 2023, o CIEAM, entidade que congrega as empresas industriais da floresta, tratou de convocar os atores da esfera pública que poderiam intervir na emergência da previsibilidade. Muita prosa e boas intenções.
Na prática, porém, ficou demonstrado que o Amazonas, a Amazônia, são um desafio para depois, um país do futuro. A promoção de iniciativas que integrem tecnologia, inovação e o uso responsável dos recursos naturais é o caminho para superar os desafios atuais e garantir um futuro próspero para a região. O que há de enigma nesta equação? Sobra, entretanto, uma certeza: a única chance de um projeto Amazônia dar certo é que ele nasça, cresça e desabroche a partir de uma inquietação visceral, ancestral, dos talentos e desejos locais.
Neste Dia da Amazônia
Celebremos a força de sua gente, a riqueza de sua biodiversidade e o potencial imenso que essa região possui em todas as direções e oportunidades. A ideia da festa não virou fumaça, e as águas vão voltar a rolar. Contra toda a desesperança, e acima de tudo, reflitamos sobre o papel de cada um de nós na construção de uma Amazônia que seja sinônimo de vida, sustentabilidade prosperidade solidária, que não deixa ninguém de fora do mutirão, nem abre mão do protagonismo em comum.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
FAQ
O que é o Dia da Amazônia?
O Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, é uma data dedicada à conscientização sobre a importância da Floresta Amazônica para o Brasil e o mundo. É um momento para refletir sobre os desafios que a região enfrenta e para promover ações de preservação e desenvolvimento sustentável.
Qual é a situação atual da Amazônia em relação à vazante dos rios e queimadas?
A Amazônia está enfrentando uma das maiores vazantes dos rios já registradas, juntamente com um aumento significativo dos focos de queimadas. Esses eventos agravam a crise ambiental na região, afetando a biodiversidade e as comunidades locais.
Como as startups estão contribuindo para a sustentabilidade na Amazônia?
- Startups na Amazônia estão desenvolvendo soluções inovadoras para desafios locais, como a nanobiotecnologia. Elas estão focadas em promover o uso sustentável dos recursos naturais, gerando impacto positivo na economia regional e no meio ambiente.
O que é bioeconomia e como ela se relaciona com a Amazônia?
A bioeconomia envolve o uso sustentável de recursos biológicos para a produção de alimentos, energia e produtos industriais. Na Amazônia, a bioeconomia é vista como um caminho para o desenvolvimento sustentável, aproveitando a rica biodiversidade da região.
Quais são os desafios para a implementação de um projeto de desenvolvimento sustentável na Amazônia?
- Os principais desafios incluem a falta de infraestrutura, o desequilíbrio socioeconômico, e a necessidade de maior apoio do governo federal. Além disso, é essencial que o desenvolvimento na região seja liderado por iniciativas locais que respeitem as tradições e conhecimentos dos povos indígenas.
Como as mudanças climáticas estão afetando a Amazônia?
As mudanças climáticas estão intensificando eventos extremos, como secas severas e inundações, que afetam a vida das comunidades ribeirinhas e a biodiversidade. A adaptação e a resiliência climática são cada vez mais essenciais para mitigar esses impactos.
Qual é o papel das comunidades indígenas no desenvolvimento sustentável da Amazônia?
As comunidades indígenas têm um papel subestimado e um potencial muito grande, pois possuem conhecimentos tradicionais que são fundamentais para a gestão sustentável dos recursos naturais. O envolvimento delas é vital para qualquer projeto que vise o desenvolvimento sustentável da região.
Como a tecnologia pode ajudar na proteção da Amazônia?
A tecnologia pode ser utilizada para monitorar desmatamentos, prever desastres naturais e melhorar a gestão dos recursos naturais. Iniciativas como o uso de governança de dados para proteger populações ribeirinhas são exemplos de como a tecnologia pode salvar vidas e sustentar comunidades.
Quais são as perspectivas futuras para a Amazônia?
As perspectivas futuras para a Amazônia dependem da implementação de políticas e iniciativas que promovam a sustentabilidade, a inovação e a inclusão social. O fortalecimento das instituições locais e a criação de um ambiente de negócios favorável são essenciais para garantir um futuro próspero para a região.
O que é a Agenda 21 e como ela se aplica à Amazônia?
A Agenda 21 é um plano de ação global adotado pela ONU para promover o desenvolvimento sustentável. Na Amazônia, ela inspira iniciativas que buscam equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o bem-estar social.
Como o setor privado pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da Amazônia?
O setor privado pode contribuir investindo em tecnologias limpas, promovendo a bioeconomia, e apoiando projetos de responsabilidade social que beneficiem as comunidades locais. A colaboração com o setor público e as ONGs é essencial para criar soluções duradouras.
Quais são as principais ações que o governo brasileiro deveria adotar para proteger a Amazônia?
O governo deveria priorizar a proteção das áreas de conservação, combater o desmatamento ilegal, fortalecer as leis ambientais, e apoiar iniciativas de desenvolvimento sustentável lideradas pelas comunidades locais.
O que é o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) e qual é sua importância?
O CBA é uma rede nacional de biotecnologia que visa promover negócios sustentáveis na Amazônia. Ele é importante para o desenvolvimento de uma economia baseada na utilização responsável dos recursos biológicos, integrando ciência, tecnologia e inovação.
Como podemos, como indivíduos, contribuir para a preservação da Amazônia?
Cada indivíduo pode contribuir apoiando produtos sustentáveis, educando-se sobre os desafios enfrentados pela Amazônia, participando de campanhas de conscientização, e pressionando os governos e empresas para adotarem práticas que respeitem o meio ambiente e as comunidades locais.
Qual é a relação entre a Amazônia e as mudanças climáticas globais?
A Amazônia desempenha um papel crucial na regulação do clima global, sendo um dos maiores sumidouros de carbono do mundo. A destruição da floresta contribui para o aquecimento global uma vez que há neste processo uma enorme emissão de carbono e outros gases de efeito estufa, exacerbando as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo que impede que o crescimento das vegetações e do bioma siga prendendo carbono.
Como a mídia pode influenciar a preservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia?
A mídia tem um papel importante em educar o público, divulgar as iniciativas positivas e pressionar por políticas que promovam a preservação ambiental. Projetos como “A Amazônia que queremos” são exemplos de como a mídia pode mobilizar a sociedade para apoiar causas ambientais.
Qual é a importância da solidariedade na promoção de um desenvolvimento sustentável na Amazônia?
A solidariedade é essencial para unir esforços em prol de um objetivo comum: a preservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ela permite a colaboração entre diferentes setores da sociedade, garantindo que todos os envolvidos possam contribuir de maneira significativa para um futuro melhor na região.
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