Alvo de investigação da Polícia Federal por supostamente integrar um esquema criminoso de tráfico de madeira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entra também na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou à Suprema Corte um pedido de abertura de inquérito para investigar Salles. A relatora do caso será a ministra Cármen Lúcia.
O ministro foi citado na notícia-crime apresentada pelo delegado da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, por não corroborar com a investigação sobre a maior apreensão de madeira da história da Amazônia.
Salles também é acusado de exonerar servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que queriam evitar a flexibilização das regras de envio de produtos florestais ao exterior, além de nomear pessoas de confiança para estabelecer atos oficiais que facilitaram o contrabando e movimentações financeiras suspeitas de pelo menos R$ 1,7 milhão desde que está no governo federal.
Ele não compareceu à reunião do Conselho da Amazônia Legal, que busca auxiliar as ações do Meio Ambiente para a preservação do bioma e nem mesmo apresentou justificativa pela ausência.
A Operação Akuanduba foi declarada pela Polícia Federal em 9 de maio. A investigação tem entre os alvos Ricardo Salles e Eduardo Bim, presidente do Ibama. No ofício, a PF afirmou ver “fortes indícios” de que Salles esteja envolvido em um “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.
Sem defesa
Nesse período em que se tornou alvo da Polícia Federal, Ricardo Salles teve pouco ou quase nenhum apoio público do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seu maior defensor dentro do governo.
A única manifestação do chefe do Executivo foi de que Salles é um “excepcional ministro” e de que ele luta contra os “xiitas ambientais” do Ministério Público.
Fonte: Estado de Minas
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