“Na COP 30, o Brasil tem a chance de apresentar ao planeta uma Amazônia que prospera sem destruir, que cresce sem desmatar e que lidera sem deixar ninguém para trás”.
Anotações de Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
O avanço da Zona Franca da Bioeconomia (ZFB) no Pará não será apenas uma iniciativa local, mas uma oportunidade estratégica para o Brasil demonstrar que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos. Integrada à Zona Franca de Manaus (ZFM), esta proposta reforça o protagonismo amazônico em um momento crucial da agenda ambiental global, com os olhos do mundo voltados para a Amazônia enquanto o Brasil se prepara para sediar a COP 30.
O Imperativo da Sustentabilidade
Não há mais espaço para modelos de desenvolvimento que ignorem o impacto ambiental. O Brasil, anfitrião da próxima conferência da ONU sobre meio ambiente, tem o desafio e a responsabilidade de mostrar ao mundo um compromisso real com a sustentabilidade. A ZFB e a ZFM, juntas, podem ser símbolos de um novo paradigma econômico, industrial e social para a Amazônia, em que a floresta em pé é um ativo insubstituível e estratégico.
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Uma Agenda para a COP 30
A COP 30 será palco para negociações decisivas sobre o financiamento climático e os compromissos de países desenvolvidos com os países em desenvolvimento. O modelo colaborativo entre a ZFB e a ZFM, baseado na integração de bioprodutos sustentáveis, industrialização de alto valor agregado e preservação ambiental, pode se tornar uma vitrine para o mundo.
• Inovação Industrial Sustentável:
A ZFM pode industrializar cosméticos, fármacos e alimentos funcionais, agregando valor à biodiversidade amazônica sob o paradigma da sustentabilidade.
• Cumprimento de Acordos Globais:
O Brasil poderá demonstrar que está utilizando recursos naturais de forma sustentável, alinhado às metas do Acordo de Paris e da Agenda 2030 da ONU.
• Captação de Recursos Internacionais:
O protagonismo sustentável da Amazônia pode atrair recursos prometidos para países em desenvolvimento, tanto no contexto do financiamento climático quanto por meio de mercados de carbono e pagamentos por serviços ambientais.
Um paradigma Necessário: Aplaudido por Todos
O imperativo da sustentabilidade não é uma escolha, mas uma necessidade que será cobrada, buscada e, se bem implementada, amplamente aplaudida. Os olhares atentos da COP 30 observarão as ações concretas do Brasil e o impacto de suas políticas públicas no desenvolvimento de modelos econômicos sustentáveis.
Ao integrar os esforços da ZFB e da ZFM, o Brasil envia ao mundo uma mensagem clara: é possível promover crescimento econômico e justiça social enquanto se protege o maior patrimônio ambiental do planeta. Essa insistência na sustentabilidade será aplaudida como um exemplo de liderança global no enfrentamento da crise climática e no desenvolvimento de um futuro mais justo e equilibrado.
A Zona Franca da Bioeconomia, em parceria com a Zona Franca de Manaus, pode representar mais do que uma resposta aos desafios regionais, mas um modelo para o mundo. Na COP 30, o Brasil tem a chance de apresentar ao planeta uma Amazônia que prospera sem destruir, que cresce sem desmatar e que lidera sem deixar ninguém para trás.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora