Inovação Tecnológica a Serviço da Amazônia: uma nova etapa na jornada da UEA

“É o início de uma década de protagonismo científico e tecnológico, com impacto direto no desenvolvimento regional, na valorização da floresta em pé e na inclusão de jovens talentos amazônidas nas cadeias do conhecimento e da inovação.

Como reitor de uma universidade pública comprometida com o futuro, faço aqui um convite às empresas, aos governos, às instituições de pesquisa e à sociedade: juntem-se a nós nessa jornada.”

Por Prof. Dr. André Luiz Nunes Zogahib

Neste 15 de abril de 2025, ao celebrarmos os 14 anos da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade do Estado do Amazonas (Agin/UEA), damos um passo decisivo rumo ao futuro: o lançamento do nosso Planejamento Estratégico Integrado, construído em diálogo com o ecossistema de inovação do estado. Mais do que um marco institucional, este plano representa o compromisso da UEA com uma visão ousada e transformadora para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, alicerçada na ciência, na tecnologia e na valorização de nosso território e de nossa gente.

É com entusiasmo e senso de responsabilidade que convido a comunidade acadêmica, os setores produtivos, os parceiros institucionais e a sociedade amazonense a conhecer e se engajar nessa iniciativa. Nosso novo plano estratégico integra ações concretas e novas parcerias que colocam a UEA na vanguarda das tecnologias emergentes — com destaque para a cooperação com o SENAI Cimatec, centro de excelência nacional sediado na Bahia, com o qual estamos abrindo frentes em áreas como computação quântica, nanotecnologia e biotecnologia.

É o início de uma década de protagonismo científico e tecnológico, com impacto direto no desenvolvimento regional, na valorização da floresta em pé e na inclusão de jovens talentos amazônidas nas cadeias do conhecimento e da inovação.Como reitor de uma universidade pública comprometida com o futuro, faço aqui um convite às empresas, aos governos, às instituições de pesquisa e à sociedade: juntem-se a nós nessa jornadaInovação Tecnológica a Serviço da Amazônia: uma nova etapa na jornada da UEA

UEA 2034: visão de futuro com hubs de inovação em todo o estado

Com o lançamento do Planejamento Estratégico Integrado, estamos firmando não apenas uma agenda de médio prazo, mas consolidando a visão de futuro da UEA para 2034. Esse plano evidencia pilares importantes que orientarão nossa atuação na próxima década, entre eles, a criação de hubs de inovação em diferentes regiões do estado do Amazonas, fortalecendo a interiorização do desenvolvimento e conectando ciência, tecnologia e geração de oportunidades.

Já iniciamos a implantação desses hubs com vocações específicas que dialogam com as necessidades e potencialidades locais:

• Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, recebe um hub de drones voltado à segurança nacional. Essa iniciativa representa um avanço estratégico para a soberania e o monitoramento inteligente de nossas fronteiras, além de gerar desenvolvimento regional e formação técnica em tecnologias aeroespaciais.

• Parintins será sede de um hub de semicondutores, posicionando-se na fronteira tecnológica de microeletrônica e circuitos integrados — área crítica para a autonomia digital brasileira.

• Itacoatiara está sendo contemplada com um hub de transformação digital, atendendo a demandas específicas do setor produtivo local. A pedido de Denis Minev, CEO da Bemol, estamos formando alunos para atender ao mercado de trabalho e fomentar um ambiente de inovação empresarial que poderá atrair novas empresas para o município.

• Em Manaus, a Escola Superior de Tecnologia (EST) abrigará o hub de inteligência artificial, onde estamos também criando o Laboratório de Tecnologias Quânticas, um espaço de fronteira para experimentação científica, formação de talentos e desenvolvimento de soluções aplicadas à bioeconomia, saúde, engenharia e ciências da vida.

Esses hubs representam muito mais do que estruturas físicas. São pontos de conexão entre a universidade e a economia, entre a formação acadêmica e as demandas do século XXI, entre o conhecimento tradicional e as tecnologias disruptivas. Por meio deles, qualificamos novas gerações de profissionais aptos a liderar a transição tecnológica da Amazônia, aproximando ciência, mercado e sociedade.

Tecnologia quântica, nanotecnologia e biotecnologia: a tríade do futuro amazônico

A computação quântica nos permitirá modelar, com precisão inédita, moléculas extraídas da floresta, acelerando a descoberta de bioativos com potencial farmacológico, nutricional ou cosmético. Já a nanotecnologia amplia as possibilidades de uso sustentável dos nossos recursos naturais: podemos desenvolver, por exemplo, nanocelulose a partir de fibras vegetais para criar embalagens biodegradáveis, ou encapsular óleos essenciais para uso em cosméticos de alta eficácia. A biotecnologia, por sua vez, abre caminho para a reprodução em escala de compostos bioquímicos da floresta de forma sustentável, por meio da engenharia genética, fermentação ou cultivo celular.

Essas frentes tecnológicas integradas são capazes de transformar ativos naturais em produtos de alto valor agregado, posicionando a Amazônia como referência mundial em bioinovações.

É o início de uma década de protagonismo científico e tecnológico, com impacto direto no desenvolvimento regional, na valorização da floresta em pé e na inclusão de jovens talentos amazônidas nas cadeias do conhecimento e da inovação.Como reitor de uma universidade pública comprometida com o futuro, faço aqui um convite às empresas, aos governos, às instituições de pesquisa e à sociedade: juntem-se a nós nessa jornada

Bioeconomia e a nova industrialização amazônica

O Polo Industrial de Manaus (PIM), hoje consolidado em setores eletroeletrônicos e de bens de consumo, pode se tornar um vetor da bioeconomia ao integrar insumos amazônicos em suas cadeias produtivas. Com ciência, engenharia e inovação, é possível gerar fitofármacos, cosméticos, biopolímeros e novos materiais biodegradáveis — impulsionando um modelo industrial mais diverso e resiliente.

Parcerias como a da UEA com o SENAI Cimatec permitirão desenvolver processos e produtos sustentáveis, agregando valor à biodiversidade da floresta e incentivando a criação de novos negócios tecnológicos a partir dos recursos regionais.

Educação tecnológica e interiorização do conhecimento

O fortalecimento da inovação exige investimento contínuo na formação de talentos. Nossa proposta é garantir que jovens de todo o Amazonas possam acessar carreiras de alta complexidade tecnológica, por meio de cursos, especializações e programas de pós-graduação em áreas como inteligência artificial, bioinformática, engenharia de materiais e química computacional.

A interiorização do conhecimento se materializa com a criação de hubs e laboratórios em municípios estratégicos, ampliando o acesso à infraestrutura e conectando os saberes locais às redes globais de inovação.

Articulação institucional e ciência aplicada para resolver problemas reais

A UEA propõe ainda a criação de consórcios interinstitucionais, envolvendo INPA, Embrapa, Fiocruz, CBA e outras instituições, para o desenvolvimento de soluções aplicadas aos desafios amazônicos. Queremos usar o que há de mais avançado em computação quântica, sensores inteligentes e biotecnologia para transformar conhecimento em resultados — seja no combate a doenças tropicais, no manejo sustentável de culturas agrícolas, ou na criação de novos insumos industriais a partir da floresta.

Um pacto pelo futuro da Amazônia

O lançamento do Planejamento Estratégico Integrado marca uma nova etapa para a UEA e para o Amazonas. É o início de uma década de protagonismo científico e tecnológico, com impacto direto no desenvolvimento regional, na valorização da floresta em pé e na inclusão de jovens talentos amazônidas nas cadeias do conhecimento e da inovação.

Como reitor de uma universidade pública comprometida com o futuro, faço aqui um convite às empresas, aos governos, às instituições de pesquisa e à sociedade: juntem-se a nós nessa jornada. A Amazônia pode e deve ser protagonista da nova economia verde global. E a UEA está preparada para liderar esse processo, com seriedade, excelência acadêmica e compromisso com as gerações que virão.

Dr. Andre Luiz Nunes Zogahib
Redação BAA
Redação BAA
Redação do portal BrasilAmazôniaAgora

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