Apesar da ausência de uma menção direta aos combustíveis fósseis, Corrêa do Lago mantém uma postura otimista quanto ao avanço das negociações climáticas para a COP30
A segunda carta da presidência da COP30, assinada pelo embaixador André Corrêa do Lago e divulgada nesta quinta-feira (08), causou repercussão ao evitar qualquer menção explícita aos combustíveis fósseis, apesar de serem responsáveis por cerca de 75% das emissões globais de gases de efeito estufa. A omissão foi notada por especialistas e setores da sociedade civil que esperavam um posicionamento mais claro sobre um dos principais vetores da crise climática, especialmente no contexto da conferência climática.
O documento, endereçado aos quase 200 países que participarão da conferência em novembro de 2025, em Belém (PA), expressa o desejo de que a COP30 se torne um “ponto de inflexão” no combate às mudanças climáticas.

O texto ainda apresenta o conceito de “mutirão climático”, uma forma de reunir contribuições autodeterminadas de diversos atores, como setor privado, organizações da sociedade civil e comunidades locais. A ideia é criar um sistema de alinhamento mundial que valorize e registre iniciativas espontâneas e descentralizadas no combate ao aquecimento global, em complemento às metas formais dos países.
Apesar da ausência de uma menção direta aos fósseis, Corrêa do Lago mantém uma postura otimista quanto ao avanço das negociações climáticas. Ele destacou que há um comprometimento generalizado por parte dos países em avançar no desenvolvimento de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), os planos nacionais de metas climáticas no âmbito do Acordo de Paris.
O presidente afirma esperar um número significativo de novas submissões de NDCs até setembro, o que poderia representar um sinal positivo de engajamento global rumo à COP30.
A carta completa, na íntegra, pode ser conferida em matéria do Ecoa-UOL, clicando aqui.