“O CIEAM, como representante do Polo Industrial de Manaus (PIM), acompanha de perto essa transformação e defende que a bioeconomia e a inovação tecnológica sejam parte da estratégia de desenvolvimento do Brasil. Nossa Zona Franca de Manaus (ZFM), muitas vezes questionada por aqueles que desconhecem sua importância estratégica para a conservação da Amazônia, já é um case de ESG em sua essência, pois concilia produção industrial com a preservação da floresta em pé.”
Coluna Follow-Up
O compromisso com as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) tornou-se uma exigência inescapável para empresas e governos que desejam se manter competitivos no cenário global. Ainda assim, essa agenda enfrenta resistências significativas, muitas vezes impulsionadas por interesses que insistem em priorizar modelos econômicos ultrapassados, que tratam a sustentabilidade como um luxo descartável.
No Brasil, felizmente, temos exemplos notáveis de empresas e instituições que não apenas assumiram essa responsabilidade, mas a transformaram em eixo central de suas operações. A recente parceria entre a Anatel e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), anunciada para fortalecer a adoção da agenda ESG no setor de telecomunicações, é um desses sinais de que há, sim, um movimento poderoso para estruturar e consolidar práticas responsáveis e sustentáveis.
O setor de telecomunicações é um dos pilares da economia digital e da infraestrutura moderna, influenciando diretamente a inclusão social e a competitividade do país. Ao impulsionar a agenda ESG, a Anatel e o BID demonstram que grandes players podem — e devem — agir de forma proativa, criando um ambiente regulatório e de negócios que estimule a sustentabilidade, o desenvolvimento social e a transparência. Esse projeto não está isolado: empresas como Vale, Petrobras, Natura, Banco do Brasil e Bradesco também têm mostrado compromissos concretos com critérios ESG, mesmo em meio a desafios internos e externos.
Contudo, não podemos ignorar as ameaças que tentam esvaziar essa agenda. Em um momento em que as mudanças climáticas avançam, a Amazônia enfrenta pressões e a desigualdade social se aprofunda, ainda há setores que relutam em abandonar práticas insustentáveis. No Brasil e no mundo, observamos um paradoxo perigoso: enquanto algumas companhias e instituições caminham para consolidar políticas ESG, outras tentam frear avanços regulatórios ou minimizar a importância da agenda, sob o argumento de que a sustentabilidade impõe custos excessivos e prejudica a competitividade.
O que esses agentes ignoram é que o ESG não é um fardo, mas um diferencial competitivo e um compromisso com o futuro. O mundo financeiro já incorporou esse princípio: fundos de investimento, bancos e organismos internacionais olham cada vez mais para os indicadores ambientais, sociais e de governança antes de alocar recursos. Empresas que não se adaptam estão fadadas a perder espaço.
O CIEAM, como representante do Polo Industrial de Manaus (PIM), acompanha de perto essa transformação e defende que a bioeconomia e a inovação tecnológica sejam parte da estratégia de desenvolvimento do Brasil. Nossa Zona Franca de Manaus (ZFM), muitas vezes questionada por aqueles que desconhecem sua importância estratégica para a conservação da Amazônia, já é um case de ESG em sua essência, pois concilia produção industrial com a preservação da floresta em pé.
A resistência ao ESG não pode ser encarada como um obstáculo intransponível, mas sim como um alerta para reforçarmos nossos esforços. O Brasil precisa de um pacto sólido entre empresas, sociedade civil e governo para garantir que essa agenda se fortaleça e se torne irreversível. Anatel, BID e outras grandes empresas que assumiram esse compromisso demonstram que esse caminho é não só viável, mas essencial para o futuro do país.
As vésperas do II Fórum ESG da Amazônia, em parceria com à SUFRAMA, e decididos a impactar a com a consolidação do maior condomínio industrial ESG da história, prometemos resistência diuturna pois este é o único caminho da sustentabilidade, aquele que equilibra crescimento econômico, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. Essa é a nossa batalha, que vale a pena travar.