A mudança recente no ministério do meio ambiente, com a saída de Ricardo Salles, não foi capaz de aplacar a irritação de parceiros internacionais do Brasil, que seguem incomodados com a falta de ação e resultados concretos do governo Bolsonaro no combate ao desmatamento na Amazônia. Sem avanços, diplomatas da Noruega, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos não escondem seu diagnóstico: o Brasil precisa mostrar mais serviço nessa frente caso não queira ficar ainda mais isolado no cenário internacional. “Não falta dinheiro. Falta confiança”, disse um diplomata europeu a Eliane Oliveira n’O Globo.
E o mau humor com o Brasil deve ficar mais latente na Europa depois desse verão de extremos climáticos, com chuvas torrenciais na Alemanha, Países Baixos e Bélgica, e calor intenso e incêndios florestais na Espanha e na Grécia. Segundo Jamil Chade no UOL, os prejuízos causados por esses desastres reforçarão a questão climática como prioridade da UE, o que pode inviabilizar definitivamente a aprovação do acordo comercial com o Mercosul, em “banho-maria” desde 2019 por causa do desgoverno ambiental de Bolsonaro no Brasil. “Com mortes em nossos quintais por conta do impacto das mudanças climáticas, qual político europeu hoje terá a coragem de sair em defesa de um acordo com o Brasil de Bolsonaro?”, questionou um negociador europeu.
Em tempo: Uma delegação internacional de ativistas e lideranças políticas visitará o Brasil no próximo mês para pressionar o governo contra a construção da Ferrogrão, um dos projetos de infraestrutura prioritários da gestão Bolsonaro. Segundo a Folha, a visita atende a um convite da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que vem encabeçando mobilizações contra o projeto por causa de seus impactos sobre Unidades de Conservação e Terras Indígenas no entorno da ferrovia.
Fonte: ClimaInfo
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