II Fórum ESG Amazônia: A Urgência da Participação Empresarial no Caminho para a COP30

“O II Fórum ESG Amazônia permitirá a troca de experiências sobre como estruturar boas práticas de governança e integrar a sustentabilidade na estratégia de longo prazo das empresas.”

Coluna Follow-Up

A Amazônia ocupa um lugar central no debate global sobre sustentabilidade. Suas riquezas naturais e sua importância para o equilíbrio climático do planeta tornam qualquer discussão sobre ESG (Environmental, Social and Governance) na região uma pauta de interesse não apenas nacional, mas mundial. Dentro desse contexto, o II Fórum ESG Amazônia surge como uma iniciativa estratégica e necessária para que as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) se posicionem de maneira proativa rumo à COP30, que será realizada em novembro, em Belém do Pará.

Organizado pela Comissão CIEAM de ESG, em parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), o evento tem um papel fundamental na preparação do setor produtivo para os desafios e oportunidades que a transição para uma economia mais sustentável impõe. A participação massiva das empresas não é apenas desejável; é um imperativo estratégico para que o setor industrial da Amazônia assuma protagonismo na construção de soluções sustentáveis e na atração de investimentos responsáveis.

Oportunidade de Protagonismo e Influência

As grandes discussões ambientais globais, como a COP30, têm o potencial de moldar políticas públicas e definir diretrizes para a atuação empresarial. Empresas que não se antecipam a esses debates correm o risco de serem meras espectadoras das decisões que impactarão diretamente seus negócios. O Fórum ESG Amazônia oferece às indústrias locais a chance de estarem na vanguarda dessa transformação, contribuindo para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável que equilibre crescimento econômico e preservação ambiental.

A Zona Franca de Manaus, com seu modelo industrial baseado em incentivos fiscais, precisa demonstrar ao mundo que é uma alternativa real de economia sustentável e não um entrave à preservação ambiental. A presença das empresas no evento reforça o compromisso do setor produtivo com essa agenda, mostrando que a indústria amazônica pode ser sinônimo de inovação e sustentabilidade.

Crocodilos tem relação importante com a água em seus comportamentos de caça e manutenção da temperatura corporal.
Foto: Unsplash

Benefícios sob Diferentes Perspectivas

1. Perspectiva Econômica: Atração de Investimentos e Diferenciação de Mercado

A pauta ESG deixou de ser um diferencial e passou a ser um critério decisivo para investidores, consumidores e parceiros comerciais. Empresas que adotam práticas sustentáveis ganham acesso a fundos de investimento verde, aumentam sua competitividade e constroem uma reputação sólida no mercado. O fórum será um espaço para entender como a implementação de políticas ESG pode gerar vantagens econômicas e abrir novas oportunidades de negócios.

2. Perspectiva Ambiental: Compromisso com a Sustentabilidade da Amazônia

O setor industrial precisa estar alinhado com as demandas globais de descarbonização, economia circular e conservação da biodiversidade. Participar do evento significa demonstrar compromisso com a floresta em pé e com o desenvolvimento sustentável da região. Isso não apenas melhora a imagem das empresas, mas também fortalece sua relação com a sociedade e com organismos ambientais nacionais e internacionais.

3. Perspectiva Social: Valorização das Comunidades Locais

O desenvolvimento sustentável da Amazônia não pode ocorrer sem a inclusão das populações tradicionais e dos trabalhadores locais. As empresas têm um papel essencial na geração de emprego e renda, e o ESG vai além do discurso ambiental para incluir também políticas de inclusão, diversidade e respeito aos direitos humanos. No fórum, serão apresentadas práticas bem-sucedidas de impacto social positivo, permitindo que as empresas do PIM reavaliem e aprimorem suas estratégias.

4. Perspectiva de Governança: Transparência e Compliance

A governança corporativa está no centro do ESG. Empresas que participam ativamente desse debate reforçam seu compromisso com a ética, a transparência e a conformidade com normas e regulamentos ambientais e trabalhistas. O II Fórum ESG Amazônia permitirá a troca de experiências sobre como estruturar boas práticas de governança e integrar a sustentabilidade na estratégia de longo prazo das empresas.

Preparação para a COP30 e o Legado do Fórum

O Fórum ESG Amazônia não é um evento isolado; ele faz parte de um processo maior de construção de um novo paradigma para a indústria da Amazônia. Ao se posicionar de maneira estratégica nesse evento, as empresas não apenas se preparam para a COP30, mas também contribuem para o fortalecimento da Zona Franca de Manaus como um modelo de desenvolvimento sustentável. A participação ativa da indústria nesse debate garante que as soluções propostas para a Amazônia contem com o olhar e a experiência de quem já atua na região, evitando decisões exógenas que possam desconsiderar suas particularidades socioeconômicas.

II Fórum ESG Amazônia: A Urgência da Participação Empresarial no Caminho para a COP30

Além disso, o evento criará um legado de conhecimento e articulação entre os setores público e privado, facilitando a implementação de políticas ESG consistentes e alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A troca de experiências com especialistas, acadêmicos e representantes governamentais proporcionará insights valiosos e ferramentas práticas para que as empresas possam avançar nessa agenda com maior efetividade.

Um Polo de Inovação Verde 

A Amazônia está no centro das atenções globais, e as empresas que atuam na região não podem se furtar desse debate. O Fórum ESG Amazônia é uma oportunidade única para que o setor industrial demonstre seu compromisso com um futuro sustentável, consolidando a Zona Franca de Manaus como um polo de inovação verde e desenvolvimento econômico responsável.

A participação maciça das empresas não é apenas um ato de engajamento, mas um investimento no próprio futuro do setor. As decisões tomadas agora definirão a posição da indústria amazônica nos próximos anos e sua capacidade de responder aos desafios impostos pela agenda ambiental global. Estar presente nesse evento significa assumir um papel ativo na construção desse futuro, garantindo que o desenvolvimento da Amazônia seja liderado por quem a conhece e a valoriza.

Régia Moreira Leite
Régia Moreira Leite
Régia Moreira Leite é conselheira e diretora da FIEAM.

Artigos Relacionados

Bemol amplia presença na Amazônia e amplia serviços inovadores

A Bemol amplia sua presença no mercado e, durante o BemolCon –...

Pesquisa da USP propõe modelo de governança experimentalista para impulsionar bioeconomia na Amazônia

Diante dos desafios globais como as mudanças climáticas, uma pesquisa da USP sugere a adoção de um modelo de governança experimentalista e multinível para impulsionar a bioeconomia na Amazônia. A proposta busca fortalecer cadeias produtivas da sociobiodiversidade – sistema que integra diversidade biológica e sistemas socioculturais – por meio da colaboração entre comunidades locais, organizações da sociedade civil, setor público e iniciativa privada.

As mulheres chegaram chegando: A evolução da participação feminina na indústria do Amazonas

Mulheres que atuam na indústria e na gestão de pessoas equilibram as estruturas corporativas, mas também agregam um olhar amplo sobre inclusão, equidade e inovação.

Mudanças climáticas no espaço? Entenda como podem ameaçar satélites e aumentar o lixo espacial

Cientistas descobrem que o aumento da concentração de CO₂ causado pelas mudanças climáticas pode comprometer a capacidade da atmosfera de eliminar detritos, prolongando sua permanência em órbita e elevando o risco de colisões dos satélites.

Startup paraense transforma alimentos em pó para exportar produtos típicos da Amazônia

Enquanto as hortaliças frescas possuem um tempo limitado de prateleira, os alimentos em pó podem durar mais de duas décadas.