“Ao movimentar 30% da economia produtiva da região Norte e proteger a maior floresta tropical do planeta, a Zona Franca de Manaus se consolida como um bastião de resistência em tempos de incerteza”.
Por Alfredo Lopes
Enquanto o cenário global registra preocupantes retrocessos em políticas de sustentabilidade, diversidade e governança responsável, a Comissão ESG do Polo Industrial de Manaus (PIM) emerge como uma liderança transformadora. Este compromisso vai além de declarações: reflete avanços concretos que reafirmam o papel da Zona Franca de Manaus (ZFM) como uma força motriz para a economia sustentável, a proteção florestal e a inclusão social.
O Alcance e a Relevância da Zona Franca de Manaus
A economia da ZFM sustenta um impacto socioeconômico impressionante. Com a geração de 500 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, e a movimentação de 30% de toda a economia produtiva da região Norte, o modelo se destaca como uma das estratégias mais eficazes para conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Esse alcance não se limita à industrialização; ele cria as bases para a diversificação, o adensamento e a regionalização da economia, permitindo que novas cadeias produtivas sustentáveis ganhem espaço.
Se não houvesse a economia da ZFM, é importante considerar o cenário alternativo que poderia prevalecer na região Norte: a expansão de atividades predatórias, como a grilagem de terras, o desmatamento para monoculturas e a mineração ilegal e o narcotráfico. Esses setores, sem regulamentação e sustentabilidade, têm historicamente colocado em risco a integridade da Floresta Amazônica, ameaçando comunidades locais e agravando os impactos da crise climática.
Construindo um Futuro Sustentável
A Comissão ESG do PIM, consciente de sua responsabilidade, busca transformar o Polo Industrial de Manaus em um modelo de sustentabilidade industrial global. Suas ações estratégicas não apenas preservam a floresta em pé, mas também incentivam a criação de novos caminhos econômicos baseados em inovação, inclusão e preservação ambiental.
Entre suas principais diretrizes estão:
• Diversificação Econômica: Com os recursos gerados pela ZFM, a Comissão incentiva novas cadeias produtivas como a bioeconomia, o ecoturismo, a biotecnologia e a exploração sustentável de bioativos da floresta, promovendo um ciclo virtuoso de preservação e geração de riqueza.
• Regionalização e Adensamento: A regionalização da economia permite que comunidades locais e indígenas sejam protagonistas, integrando suas práticas tradicionais a modelos de negócios sustentáveis. Já o adensamento das cadeias produtivas amplia o valor agregado local, reduzindo a dependência de insumos externos.
• Proteção Florestal: Ao sustentar a economia regional com atividades industriais regulamentadas e sustentáveis, a ZFM reduz a pressão sobre a floresta, criando alternativas econômicas que desestimulam práticas predatórias.
Zona Franca e Proteção Florestal: Uma Relação Intrínseca
O modelo da Zona Franca de Manaus é um dos principais responsáveis pela proteção de 98% da cobertura florestal do estado do Amazonas, um dado que reflete o impacto direto da industrialização sustentável na preservação ambiental. Sem o aporte econômico e a geração de empregos proporcionados pelo PIM, seria inevitável a predominância de atividades ilegais e ambientalmente destrutivas, como o avanço do desmatamento para pecuária extensiva e agricultura insustentável. O modelo ZFM, portanto, funciona como uma barreira ao desmatamento, ao mesmo tempo em que fortalece a economia formal da região.
A Agenda ESG como Pilar de Transformação
Sob a liderança da Comissão ESG, o Polo Industrial de Manaus se posiciona como um laboratório de inovação sustentável. Seus compromissos sociais e ambientais apontam para a construção de um modelo único no mundo, com metas concretas como:
• Reduzir emissões de carbono e implementar projetos de energia renovável dentro das plantas industriais.
• Fomentar o empreendedorismo local por meio de parcerias com comunidades indígenas, ribeirinhas e outros grupos vulneráveis.
• Ampliar investimentos em pesquisa e desenvolvimento na área de biotecnologia, aproveitando o vasto potencial de bioativos da Amazônia.
• Estabelecer uma governança pautada pela transparência e engajamento com as partes interessadas, garantindo que os benefícios da economia regional sejam compartilhados de forma equitativa.
Um Modelo para o Mundo
O compromisso da Comissão ESG vai além da proteção ambiental e da responsabilidade social: ele constrói um legado de esperança e transformação em um momento crítico para o planeta. O que está sendo implementado no Polo Industrial de Manaus é um exemplo de como políticas públicas bem desenhadas, aliadas à visão empresarial, podem gerar resultados duradouros e multiplicadores.
Ao movimentar 30% da economia produtiva da região Norte e proteger a maior floresta tropical do planeta, a Zona Franca de Manaus se consolida como um bastião de resistência em tempos de incerteza. Mais do que um modelo de desenvolvimento econômico, é um exemplo vivo de que é possível harmonizar a prosperidade com a preservação, construindo um futuro em que o progresso seja sustentável para todos.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora