Uma indústria de defesa, portanto, se posiciona como um novo vetor de desenvolvimento econômico e tecnológico, na diversificação no Polo Industrial de Manaus (PIM). São sinergias potenciais entre as capacidades industriais locais e as necessidades estratégicas das Forças Armadas do Brasil. O encontro, realizado na sede do Comando Militar da Amazônia – CMA, foi visto como uma plataforma de oportunidades para a indústria da Zona Franca de Manaus. Saltam aos olhos essas oportunidades na Base Industrial de Defesa (BID), sinalizando uma nova era de colaboração e inovação.
Coluna Follow-Up
Por Alfredo Lopes
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“Enfim, é vital manter em mutirão permanente os atores dessa cooperação para criar um ambiente de inovação que beneficie não só a Amazônia, mas todo o país. A colaboração entre os setores militar e industrial impulsionaria uma nova fase de crescimento e inovação, garantindo que a região atenda demandas nacionais de defesa e se posicione como líder em tecnologia de defesa no cenário global.”
“A melhor forma de proteger um bem natural é atribuir-lhe uma finalidade econômica”, diz o mantra da proteção da Amazônia. E foi esse o espírito que permeou o evento promovido pelo Comando Militar da Amazônia com apoio das entidades da indústria, a Federação e o Centro da Indústria do Estado do Amazonas. O seminário “Oportunidades para as Empresas do Polo Industrial de Manaus no contexto da Base Industrial de Defesa” trouxe à baila oportunidades de negócios e oportunidades relacionados à proteção e ao desenvolvimento regional.
Importante anotar que, no processo de inclusão do Polo industrial de Manaus – PIM aos esforços federais de integração no contexto da reindustrialização do país, onde o setor fabril da Amazônia tem prosperado e se diversifica com efetividade e competência. Sob essa premissa, a parceria do Comando Militar da Amazônia com as entidades da indústria local não poderia ser mais oportuna. A parceria, aliás, sempre se deu desde as origens da ZFM com ganhos e benefícios de parte a parte e em diversas frentes.
A inserção da Zona Franca de Manaus na Nova Indústria Brasil, NIB, a nova política industrial do país, contida no detalhamento da Missão 5, curiosamente tem sequência na Missão 6, Tecnologia de Interesse da Soberania e Defesa Nacional, onde a Amazônia se destaca como o objeto maior dessa prioridade: soberania e defesa. A rigor, a ZFM, em seus primórdios de 1967, surge com o propósito de desenvolvimento tecnológico e de integração para defesa e proteção da soberania nacional da Amazônia. E cumpre com brilho e resultados esta missão, de acordo com especialistas em desenvolvimento regional.
Durante o evento, destacaram-se apresentações que abordaram o Portfólio de Necessidades de Produtos de Defesa e o papel vital da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) na promoção da BID. Empresas como a BDS, Bicho da Seda, pioneira do setor têxtil no PIM e representada por seu CEO, Luiz Augusto Rocha, exemplificam o potencial da região para fornecer Produtos Estratégicos de Defesa, como os avançados uniformes do Exército Brasileiro, que simbolizam a evolução tecnológica e a capacidade produtiva local.
Uma indústria de defesa, portanto, se posiciona como um novo vetor de desenvolvimento econômico e tecnológico, na diversificação no Polo Industrial de Manaus (PIM). São sinergias potenciais entre as capacidades industriais locais e as necessidades estratégicas das Forças Armadas do Brasil. O encontro, realizado na sede do Comando Militar da Amazônia – CMA, foi visto como uma plataforma de oportunidades para a indústria da Zona Franca de Manaus. Saltam aos olhos essas oportunidades na Base Industrial de Defesa (BID), sinalizando uma nova era de colaboração e inovação.
A importância deste diálogo é amplificada pelo contexto atual, no qual o PIM enfrenta o desafio de diversificar sua base industrial tradicionalmente focada em eletrônicos e duas rodas, entre outros polos em crescimento. É de extrema relevância incluir setores de alta tecnologia como defesa e de comunicação. A indústria de defesa na região seria orientada para o desenvolvimento de áreas críticas como transição energética, cibernética, sistemas de comunicação e sensoriamento, além de propulsão e veículos autônomos. Estes nichos não apenas reforçam a segurança nacional, mas também propiciam o desenvolvimento de tecnologias avançadas que podem ser transferidas para outros setores industriais.
A integração entre a política industrial e as estratégias de defesa é crucial para o financiamento e a regulação do setor. Iniciativas como o Sistema de Apoio Oficial à Exportação surgem como fundamentais para facilitar o acesso ao mercado global, enquanto reformas em propriedade intelectual e regulamentações são essenciais para sustentar o crescimento das cadeias produtivas de defesa.
A ordem do dia, portanto, é cooperação estratégica entre o governo, as indústrias e as instituições acadêmicas, no caso, o Instituto Militar do Exército e o Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Aqui, por sinal, existe um Centro de Pesquisa que desenvolve biodiesel para aviões de caça usando oleaginosas da Amazônia. Enfim, é vital manter em mutirão permanente os atores dessa cooperação para criar um ambiente de inovação que beneficie não só a Amazônia, mas todo o país. A colaboração entre os setores militar e industrial impulsionaria uma nova fase de crescimento e inovação, garantindo que a região atenda demandas nacionais de defesa e se posicione como líder em tecnologia de defesa no cenário global.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
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