“Esta iniciativa destaca a importância da inovação e da parceria na superação dos desafios logísticos na Amazônia, e também serve como um exemplo de como os empreendimentos na região, apesar de desafiadores, tornam todos os envolvidos mais fortes e criativos”
Por Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
Em meio aos entraves recorrentes de infraestrutura na Amazônia, o Grupo Chibatão, um dos principais atores no cotidiano do Polo Industrial de Manaus é associado ao Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), destaca-se por sua abordagem inovadora e colaborativa. Durante os debates sobre os desafios logísticos de transporte na região, a empresa apresentou a proposta de instalação de um píer flutuante provisório na Enseada do Madeira, uma solução criativa para minimizar os impactos da estiagem prevista para 2024.
Augusto Rocha, coordenador da Comissão de Logística do CIEAM, sempre enfatiza a importância da parceria entre diversas entidades como a Marinha do Brasil, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECT), a Receita Federal, a Praticagem do Amazonas e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Essa colaboração entre órgãos públicos e privados reflete o compromisso compartilhado de buscar soluções efetivas e preventivas para os problemas logísticos da região.
“A instalação do píer flutuante é uma medida proativa que se alinha perfeitamente com as necessidades da região, considerando mais uma possível seca severa dos rios, que são nossas estradas naturais”, disse Rocha. Este projeto não apenas vai aliviar o calado dos navios durante as operações de transbordo, permitindo que continuem navegando até o Porto de Manaus, mas também facilitará a transferência eficiente de cargas para balsas quando a profundidade do rio não é suficiente para a navegação.
Em uma coletiva à imprensa, realizada no CIEAM, nesta quarta, 24, Augusto César Rocha reiterou a liderança audaciosa do Grupo Chibatão, lembrando a crise de 2023, quando a seca severa resultou em mais de R$ 1,4 bilhão em custos excessivos para a indústria e o comércio. “O píer provisório é um plano que vai dar certo. Mais uma vez, o Chibatão entra na liderança para enfrentar os problemas de logística com ousadia”, observou.
Celiomar Gomes, coordenador da Comissão CIEAM de Comércio e Exterior, também comentou sobre a segurança que a iniciativa transmite aos clientes, especialmente aos envolvidos em operações internacionais. “Não é uma operação de risco e isso, sem dúvida, passa segurança para as operações e o mercado internacional”, destacou Gomes.
Jhony Fidelis, Diretor Executivo do Grupo Chibatão, apontou que a Amazônia é o único lugar do mundo a operar com píeres flutuantes, o que reforça a credibilidade da instalação do porto provisório. “Nos antecipamos a um possível problema, e já em abril entregamos ao DNIT um relatório que aponta claramente que em 2024, a seca pode ser pior que no ano passado”, explicou Fidelis.
O píer estará funcional de setembro a dezembro de 2024, cobrindo o período crítico da estiagem. A atracação e desatracação dos navios serão realizadas com o apoio de rebocadores azimutais, garantindo segurança em todas as operações.
Esta iniciativa destaca a importância da inovação e da parceria na superação dos desafios logísticos na Amazônia, e também serve como um exemplo de como os empreendimentos na região, apesar de desafiadores, tornam todos os envolvidos mais fortes e criativos. A cooperação entre entidades públicas e privadas é vital para garantir a eficiência logística, assim como o desenvolvimento sustentável da região.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
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