É a segunda unidade de um projeto de duas empresas para geração de energia limpa!
As empresas Aggreko e Eva Energia se uniram para instalar usinas de geração de energia elétrica a partir de biogás de aterros sanitários. A primeira unidade foi inaugurada em Seropédica, no Rio de Janeiro, e agora é a vez de Mauá (SP), que recebe mais uma usina do projeto em maio.
A planta, localizada na Lara Central de Tratamento de Resíduos, é capaz de gerar 5MW, o que representa 27% da capacidade total instalada da Eva Energia, empresa associada ao Grupo Urca Energia.
De acordo com a Eva Energia, praticamente toda a energia gerada na usina instalada em Mauá está vendida. A empresa já tem contratos firmados com clientes dos segmentos de Varejo, alimentação e Bebidas, Financeiro e Transporte para negociar a energia na modalidade de geração distribuída.
A Aggreko é fornecedora dos geradores para a operação das usinas em Seropédica (RJ) e Mauá (SP), onde a produção de energia limpa parte de resíduos orgânicos de aterro sanitário.
Sidnei Vital Guimarães, gerente de desenvolvimento de negócios na Aggreko e responsável pelo setor de bioenergia, comentou a importância de projetos como esse para a transição energética, alinhado ao esforço global para reduzir em 30% as emissões de metano até 2030 em relação aos níveis de 2020.
“Estamos muito felizes com o início operacional da usina de geração em energia em Mauá, o reflexo do sucesso desta operação está no trabalho árduo e dedicação das equipes da Eva Energia e Aggreko ao longo desses meses”, diz Guimarães.
Eduardo Lima, CEO da Eva Energia, frisa que a utilização do biogás derivado de aterros sanitários e de dejetos da suinocultura para a produção de energia contribui para a solução de diversos problemas de ordem ambiental e climática e vai ao encontro do movimento atual de descarbonização e descentralização do setor elétrico.
“O aproveitamento dessas fontes de energia dá o tratamento adequado para os resíduos urbanos dos aterros sanitários, reduz as emissões de gases de efeito estufa, fornece energia renovável para as empresas que precisam cumprir suas metas ESG e viabiliza uma transição energética segura, sem intermitência e de forma descentralizada”, afirma.
Aproveitamento energético de biogás
Os aterros sanitários são a terceira maior fonte de emissões antropogênicas de metano no mundo. No setor de resíduos sólidos urbanos (RSU), foram geradas 79 milhões de toneladas de RSU no Brasil em 2018, com aproximadamente 50% de fração orgânica, em sua maioria, destinados para aterros.
O novo Marco Legal de Resíduos Sólidos determina os cenários orientados para viabilizar o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de rejeitos e define metas para aumentar a recuperação e aproveitamento energético de biogás de RSU.
A Política Nacional de Resíduos detalha algumas metas e indicadores para o aproveitamento energético do biogás:
- A potência instalada dos aterros sanitários considera que 50% do biogás gerado será aproveitado energeticamente até 2040, com o uso de tecnologias avançadas que permitam a captação de até 75% do gás. Para os anos de 2024 a 2036, ocorre uma projeção linear com aumento na captação e conversão em energia elétrica e outros aproveitamentos energéticos a cada quatro anos em relação à massa destinada para disposição final adequada;
- Todos os aterros sanitários terão eficiência mínima de captação de biogás de 50% para aproveitamento energético, com uma potência instalada de 257 MW até 2040, suficiente para abastecer 7,5 milhões de domicílios com eletricidade até 2040.
- Para determinação da potência instalada por meio de digestão anaeróbia considerou-se que 4% da massa nacional será tratada por meio dessa tecnologia com produção de biogás e aproveitamento energético.
- Cerca de 4% da massa nacional será digerida anaerobicamente com aproveitamento energético do biogás, tendo potencial de abastecer 2 milhões de domicílios com eletricidade até 2040.
Investimento
A busca das empresas pela adoção de uma matriz energética sustentável, com redução de emissões de carbono, tem levado ao crescimento da produção de energia elétrica a partir do biogás proveniente de aterros sanitários.
A ideia é continuar trabalhando com empreendimentos de geração distribuída, modelo considerado compatível com o objetivo da empresa de incentivar a descentralização e a descarbonização da geração de energia.
Quando concretizado, o plano de investir R$ 240 milhões em projetos no país irá resultar na geração de 163 mil megawatts/hora (MWh) por ano, o equivalente ao consumo anual de 81 mil residências. A previsão é que o plano de investimento seja concluído entre o fim de 2022 e o início de 2023.
Fonte: CicloVivo
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