Pressão sobre o petróleo: tarifaço de Trump já provoca queda na demanda global

O motivo principal são as preocupações com o desempenho da economia global com o tarifaço, agravadas pelos efeitos das políticas comerciais protecionistas e seu impacto no comércio internacional e consumo de energia

As políticas comerciais dos Estados Unidos, especialmente as tarifas impostas durante o governo Trump, têm gerado incertezas nos mercados globais de petróleo. Na segunda-feira, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou uma revisão para baixo de sua estimativa de demanda do produto, ou seja, indicando uma queda significativa na demanda global por petróleo em decorrência do tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos importados.

Seguindo essa tendência, a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou nesta terça-feira que a demanda global por petróleo em 2025 deve crescer no ritmo mais lento dos últimos cinco anos, segundo a CNN. O motivo principal são as preocupações com o desempenho da economia global, agravadas pelos efeitos das políticas comerciais protecionistas, que impactam o comércio internacional e, consequentemente, o consumo de energia.

“Embora as importações de petróleo, gás e produtos refinados tenham sido isentas das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, preocupações de que as medidas pudessem alimentar a inflação, desacelerar o crescimento econômico e intensificar as disputas comerciais pesaram sobre os preços do petróleo”, disse a agência.

Posse de Trump ameaça normas ambientais nos EUA e Acordo de ParisO motivo principal são as preocupações com o desempenho da economia global com o tarifaço, agravadas pelos efeitos das políticas comerciais protecionistas e seu impacto no comércio internacional e consumo de energia
Pressão sobre o petróleo: tarifaço de Trump já provoca queda na demanda global | Foto de Nathan Boomhower/Pexels

Para 2025, a previsão de crescimento da demanda global por petróleo foi reduzida para 300 mil barris por dia, totalizando agora 730 mil barris diários (mb/d). Já para 2026, a expectativa é de uma desaceleração ainda maior, com um crescimento estimado de 690 mil barris por dia.

A projeção mais modesta reflete um cenário macroeconômico fragilizado, influenciado por incertezas comerciais e geopolíticas, além de um fator estrutural crescente: a expansão dos veículos elétricos, que vêm ganhando participação no mercado global e reduzindo, gradualmente, a dependência do petróleo para o transporte.

Para 2025, a previsão de crescimento da demanda global por petróleo foi reduzida para 300 mil barris por dia.
Para 2025, a previsão de crescimento da demanda global por petróleo foi reduzida para 300 mil barris por dia | Imagem: Adobe Stock

Queda nos preços do petróleo

Segundo o relatório, os preços do petróleo no mercado global recuaram aproximadamente US$ 10 por barril entre março e o início de abril, influenciados pela piora no sentimento de risco devido à escalada das tarifas norte-americanas e ao aumento dos temores de uma recessão.

O jornal The Guardian relatou que, após o anúncio do tarifaço de Trump, o preço de referência do petróleo despencou de quase US$ 75 para menos de US$ 60 por barril — o menor nível em quatro anos.

Já nesta terça-feira, após o presidente dos EUA suspender parte das tarifas por um período de 90 dias, os preços se recuperaram parcialmente, chegando a cerca de US$ 65.

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Retorno de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos deve tornar a China protagonista na luta contra a crise climática global – foto: Dave Lowe/Unsplash

“Com árduas negociações comerciais previstas para ocorrer durante os próximos 90 dias de suspensão de tarifas e possivelmente além, os mercados de petróleo enfrentarão momentos turbulentos e incertezas consideráveis pairam sobre nossas previsões para este ano e o próximo”, finalizou a AIE.

Isadora Noronha Pereira
Isadora Noronha Pereira
Jornalista e estudante de Publicidade com experiência em revista impressa e portais digitais. Atualmente, escreve notícias sobre temas diversos ligados ao meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável no Brasil Amazônia Agora.

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