“A Zona Franca de Manaus que queremos é aquela que reforça a ideia de uma Amazônia integrada ao Brasil e ao mundo, com a floresta em pé e uma economia próspera. Para isso, é essencial que os jornalistas e formadores de opinião continuem a destacar – além de suas virtudes – os caminhos da diversificação, adensamento e interiorização das oportunidades com aplicação regional dos recursos aqui gerados. Esta é a melhor alternativa para superar seus desafios, garantindo que ela siga sendo um pilar de desenvolvimento para o Brasil.”
Anotações de Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
A Zona Franca de Manaus (ZFM), com 57 anos de fundação, é mais que um modelo econômico; é uma estratégia de desenvolvimento que conecta crescimento industrial, geração de riqueza e preservação ambiental. Criada em 1967, a ZFM busca superar desafios históricos de desigualdade entre o Norte e o Sul do Brasil e garantir a integração da Amazônia ao restante do país. Esta reflexão destaca como os dados mais recentes reforçam o papel transformador da ZFM para a economia da região Norte e do Brasil como um todo.
A força do Polo Industrial de Manaus: um motor de estabilidade econômica
O Polo Industrial de Manaus (PIM) é o coração econômico da ZFM e uma das maiores referências industriais do Brasil. Em 2024, ele trouxe benefícios concretos para a região Norte, incluindo estabilidade no emprego, com uma média de permanência de 25 meses por trabalhador, muito superior à média nacional de 17,5 meses, de acordo com os estudos do CIEAM sob a coordenação de José Alberto Machado.
Além disso, os resultados econômicos impressionam quando comparados ao PIB de países da América Latina:
• PIB do Polo Industrial de Manaus (2024): supera US$ 41 bilhões, valor que ultrapassa economias nacionais como a da Bolívia (US$ 41 bi), Paraguai (US$ 38 bi) e El Salvador (US$ 27 bi).
• Distribuição de Renda: A ZFM gera um impacto econômico que atinge não apenas Manaus, mas toda a região Norte, redistribuindo renda e gerando oportunidades em uma área tradicionalmente desfavorecida .
Esses números reforçam como o PIM e a ZFM transcendem sua localização geográfica, atuando como vetores de riqueza e desenvolvimento para toda a região Norte.
Redução de desigualdades regionais
O Brasil é marcado por desigualdades profundas entre as regiões. Estados do Sul e Sudeste concentram maior proporção do PIB nacional, enquanto o Norte, com vastas áreas preservadas, sofre com desafios logísticos e estruturais. Nesse contexto, a ZFM desempenha um papel crucial na redistribuição de riqueza:
• Integração nacional: Os benefícios fiscais da ZFM atraem empresas e fomentam a industrialização em uma região que, de outra forma, teria dificuldades para competir economicamente com o restante do país.
• Projetos aprovados em 2024: Os números recentes mostram a importância crescente de novos empreendimentos industriais que contribuem para o dinamismo econômico da região .
Sustentabilidade e inovação
Um dos diferenciais da Zona Franca de Manaus é a forma como ela alia desenvolvimento econômico e preservação ambiental. A floresta amazônica, que cobre a maior parte da região Norte, é preservada indiretamente por um modelo que prioriza o uso sustentável dos recursos.
O impacto do PIM na geração de riqueza regional
Os dados da apresentação evidenciam a importância da ZFM para a economia brasileira e sua capacidade de criar riqueza na região Norte:
Além disso, o PIM tem buscado inovação tecnológica e processos produtivos mais limpos, posicionando o Amazonas como uma referência em desenvolvimento sustentável e contribuindo para as metas climáticas do Brasil.
• PIB regional ampliado: Graças ao impacto do PIM, o Amazonas lidera em performance industrial, sendo um dos estados que mais contribuem proporcionalmente para o PIB nacional, ao lado de São Paulo e Santa Catarina .
• Efeito multiplicador: A atividade industrial em Manaus não apenas gera empregos diretos, mas também movimenta uma cadeia de fornecedores e serviços em toda a região Norte.
Desafios e o futuro da ZFM
Embora os dados sejam surpreendentes, a ZFM enfrenta desafios que não podem ser ignorados. A dependência de incentivos fiscais e as dificuldades logísticas são entraves para sua expansão. Além disso, é necessário ampliar a diversificação econômica para reduzir a vulnerabilidade do modelo.
Por outro lado, há um compromisso crescente com a inovação e a sustentabilidade, que podem consolidar a ZFM como um exemplo global de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Qual Zona Franca de Manaus queremos?
Os números apresentados não deixam dúvidas: a Zona Franca de Manaus é um modelo indispensável para o Brasil. Está muito longe do PPT dos gastos tributários da Receita que busca impor a responsabilidade pelo déficit fiscal do país. Na verdade, estamos no grupo dos 8 maiores contribuintes da RFB.
No entanto, sua verdadeira missão vai além da geração de riqueza; ela busca ser um instrumento de transformação social, promovendo equidade regional e desenvolvimento sustentável.
A Zona Franca de Manaus que queremos é aquela que reforça a ideia de uma Amazônia integrada ao Brasil e ao mundo, com a floresta em pé e uma economia próspera. Para isso, é essencial que os jornalistas e formadores de opinião continuem a destacar – além de suas virtudes – os caminhos da diversificação, adensamento e interiorização das oportunidades com aplicação regional dos recursos aqui gerados. Esta é a melhor alternativa para superar seus desafios, garantindo que ela siga sendo um pilar de desenvolvimento para o Brasil.
Confira aqui os indicadores
Sejam bem-vindos, colegas da mídia brasileira, convidados a conhecer o programa de redução das desigualdades regionais na III Press trip do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). Temos aqui o mais aplaudido modelo de desenvolvimento regional baseado em política fiscal por organismos internacionais.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
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