A onda de frio está avançando pelo território brasileiro e derrubando temperaturas no meio do caminho. No Distrito Federal, os termômetros registraram mínima de 1,4ºC na manhã de ontem (19/5), um recorde histórico. A mesma coisa aconteceu em Belo Horizonte: a capital mineira experimentou um frio de 4,4ºC, a menor temperatura em 43 anos e a 2ª menor desde o início da série histórica do INMET. A “friaca” está chegando até em áreas do país onde casacos e cobertores são pouco requisitados, como a região sul da Amazônia: até o final desta semana, a onda deve atingir Rio Branco, no Acre, e o sul do Amazonas e do Pará.
No Rio de Janeiro, o frio não foi tão intenso, mas trouxe problemas para quem está acostumado com o clima mais quente da “Cidade Maravilhosa”. A Folha destacou a situação da Rocinha, na zona sul da capital fluminense, onde muitas casas não contam sequer com cobertura na janela para se proteger do vento e do ar frio. Em São Paulo, que registrou mínima abaixo dos 10ºC pelo 2º dia seguido, o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, chorou com o sofrimento dos moradores de rua. “Cansa de falar, cansa. Porque se aqui tá assim, você imagina por aí tudo, como é que tá?”, disse, emocionado, ao Jornal Hoje (TV Globo), enquanto distribuía cobertores e agasalhos. Um morador de rua que aguardava o início do café da manhã no abrigo faleceu no local após uma convulsão, e outro entrou em quadro de hipotermia. “A gente tem que sair da insensibilidade para o aquecimento da caridade. Sair da hostilidade para a hospitalidade”.
O frio intenso deve continuar nos próximos dias, com as temperaturas subindo ligeiramente ao longo da próxima semana.
No interior, a preocupação está nos efeitos do frio nas lavouras. O Valor destacou o alerta do Instituto Agronômico (IAC) para a possibilidade de geadas no estado de São Paulo nos próximos dias. O risco é maior nas divisas com o Paraná e Minas Gerais, afetando principalmente localidades com altitude superior a mil metros. Em entrevista à rádio CBN, o diretor do INMET, Miguel Ivan Lacerda, sinalizou que a geada pode afetar também o preço dos combustíveis por conta de eventuais impactos nos canaviais.
Fonte: Clima Info
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