Nuvem de fumaça volta a encobrir Manaus, intensificando a poluição do ar e elevando preocupações ambientais; fenômeno é atribuído a mudanças climáticas que trouxeram a fumaça das queimadas para a capital.
Nesta segunda-feira (12), Manaus amanheceu mais uma vez encoberta por uma densa camada de fumaça, agravando a situação de poluição do ar na capital. De acordo com a Defesa Civil, a neblina é resultado de uma frente fria que atingiu o sul do estado, alterando a rota dos ventos e trazendo a fumaça das queimadas para a região metropolitana.
Comparação com 2023: situação piorando mais cedo
O cenário atual em Manaus remete ao ocorrido em 2023, quando a cidade foi considerada a capital brasileira com a pior qualidade do ar, conforme o Relatório Mundial da Qualidade do Ar. No entanto, em 2024, os altos níveis de poluição já começaram a ser registrados na segunda semana de agosto, enquanto no ano anterior, a piora significativa na qualidade do ar só foi observada na última semana de setembro.
Apesar de Manaus não ter registrado focos de queimadas na última semana, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), municípios da região metropolitana contabilizaram 29 incêndios. Os registros ocorreram em Manacapuru (9), Autazes (8), Careiro (5), Careiro da Várzea (5), Itacoatiara (2) e Manaquiri (1).
A mobilização da prefeitura e a adoção dessas novas medidas refletem a gravidade da situação, à medida que Manaus busca mitigar os impactos das queimadas e proteger a saúde da população.
Dados de poluição: bairro Morro da Liberdade como o mais afetado
Segundo o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), o bairro Morro da Liberdade foi a área mais afetada de Manaus na manhã desta segunda-feira, registrando níveis de poluição de 94,6 µg/m³. Para ser considerado de boa qualidade, o ar deve apresentar índices entre 0 e 25 µg/m³ (micrômetros por metro cúbico de ar).
A situação levou a prefeitura a adotar novas medidas de atenção, incluindo a criação de um Comitê de Combate às Queimadas, conforme anunciou o prefeito David Almeida em entrevista nesta segunda-feira (12).
Emergência ambiental no Amazonas
O estado do Amazonas permanece em emergência ambiental devido ao crescente número de focos de calor. Atualmente, 22 dos 62 municípios estão sob esta condição, o que proíbe o uso de fogo, mesmo com técnicas de queima controlada, durante o período de 180 dias.
Em julho de 2024, o Amazonas bateu um recorde histórico no número de queimadas, com 4.241 focos de incêndio registrados ao longo do mês, segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o maior número registrado desde 1998, quando o monitoramento das queimadas na Amazônia começou.
Esses eventos indicam uma intensificação dos desafios ambientais enfrentados pela região, com a poluição do ar afetando gravemente a saúde da população e exigindo medidas urgentes para controle e mitigação dos impactos das queimadas.
*Com informações G1
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