Num dia histórico para o Amazonas, dois eventos de grande relevância marcaram os caminhos do desenvolvimento sustentável da região. Em Brasília, o senador Eduardo Braga foi aplaudido por seus pares ao apresentar o relatório da reforma tributária, destacando a importância da preservação dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. Simultaneamente, em Manaus, uma reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (CODAM) discutia projetos estratégicos para a economia regional. Confira a entrevista completa e entenda o impacto dessas ações para a preservação da floresta e a competitividade econômica da região
Entrevista com Nelson Azevedo
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Cristy Ellen Lopes: O CODAM encerrou 2024 com 263 projetos aprovados e R$ 6,9 bilhões em investimentos. Como esses números refletem o papel do Conselho no desenvolvimento regional?
Nelson Azevedo: Esses resultados confirmam que o CODAM é um dos principais pilares do modelo Zona Franca de Manaus. Eles mostram que a região continua sendo atrativa para investimentos, especialmente em setores que respeitam a sustentabilidade. Cada projeto aprovado é uma peça no mosaico do desenvolvimento que queremos: econômico, social e ambientalmente integrado.
Esses investimentos atendem às expectativas de gerar empregos e promover avanços tecnológicos na região?
Nelson Azevedo: Sem dúvida. A cada reunião do CODAM, não se discutem apenas números, mas também estratégias para impulsionar a geração de empregos qualificados. Além disso, os projetos frequentemente incorporam inovações tecnológicas que aumentam a competitividade da nossa indústria, mantendo o foco no respeito à floresta em pé.
O senhor vê desafios para que esses recursos efetivamente cheguem à população local?
Nelson Azevedo: Sim, desafios sempre existem. É preciso melhorar a logística, qualificar a mão de obra local e garantir que os benefícios sejam distribuídos de forma mais equitativa. É fundamental um diálogo constante entre o setor produtivo, os governos e a sociedade para alinhar expectativas e assegurar que os frutos desses investimentos sejam compartilhados por todos.
Como esses projetos podem influenciar a COP30, que será realizada em Belém?
Nelson Azevedo: Esses números reforçam o discurso de que a Amazônia pode e deve ser protagonista na agenda global de sustentabilidade. Eles mostram que é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. Durante a COP30, a Zona Franca de Manaus e o CODAM terão a oportunidade de mostrar ao mundo que nossa região é um exemplo prático de economia verde.
Quais expectativas o senhor tem para 2025, no contexto do CODAM e do desenvolvimento regional?
Nelson Azevedo: Espero que os avanços se intensifiquem, com mais projetos aprovados, mais empregos gerados e maior impacto positivo na vida dos amazônidas. Além disso, acredito que, com a visibilidade da COP30, poderemos atrair novos investimentos e consolidar a Amazônia como um modelo de sustentabilidade e inovação.
Na sua visão, como a atuação do senador Eduardo Braga no contexto da reforma tributária fortalece o desenvolvimento sustentável da Amazônia e contribui para a preservação das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus?
Nelson Azevedo: O senador Eduardo Braga, pensando no Brasil e em nossa região, demonstrou mais uma vez seu compromisso com a Amazônia ao proteger as bases econômicas que sustentam nossa região. Ele garantiu que a Zona Franca de Manaus permanecesse competitiva, preservando nossas vantagens comparativas. Além disso, seu trabalho mostra que é possível alinhar crescimento econômico com redução de desigualdades regionais, um equilíbrio essencial para o futuro sustentável da Amazônia.
O senador Braga desempenhou um papel crucial na defesa da política de redução das desigualdades regionais. Quais pontos você destacaria como mais importantes para a proteção econômica e social de uma região tão vulnerável quanto a Amazônia Ocidental?
Nelson Azevedo: A defesa da Amazônia Ocidental como região prioritária nas políticas fiscais foi um dos grandes méritos do senador. Ele assegurou que a Constituição fosse respeitada, garantindo as compensações fiscais que sustentam nossa economia. Isso é crucial em uma região remota, com infraestrutura ainda limitada. Sem essas vantagens, a Zona Franca e, por consequência, milhares de empregos estariam em risco.
Eduardo Braga garantiu uma abordagem inclusiva ao atender tanto às demandas do setor industrial quanto às necessidades do comércio, segmento que mais gera empregos na região. Qual a importância dessa visão equilibrada para o fortalecimento da economia local?
Nelson Azevedo: É uma visão estratégica fundamental. O comércio é a base do sustento de muitas famílias e o setor que mais emprega em nossa região. Ao incluir as demandas do comércio na reforma tributária, o senador Braga assegurou que o tecido social da Amazônia não fosse fragilizado. Isso reforça a sustentabilidade econômica local, fortalecendo tanto as grandes indústrias quanto os pequenos comerciantes.
O senador destacou a reforma tributária como o maior avanço fiscal da história da República no combate às desigualdades regionais. Na sua opinião, como essas mudanças podem transformar o cenário socioeconômico da Amazônia a curto e longo prazo?
Nelson Azevedo: A curto prazo, vemos a continuidade da atratividade de investimentos para a Zona Franca de Manaus, que se traduz em manutenção de empregos e dinamismo econômico. No longo prazo, as medidas consolidadas pela reforma tributária podem ser um divisor de águas para a Amazônia, promovendo maior integração ao desenvolvimento nacional, com redução das desigualdades e avanços em infraestrutura e inovação.
A entrevista foi realizada por Cristy Ellen Lopes – Publisher do Portal Brasil Amazônia Agora
Nelson é economista, empresário e presidente do sindicato da indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.