Além do papel relevante que desempenham no ecossistema, as libélulas despertam interesse público em todas as idades, apresentando potencial para o ecoturismo direcionado a insetos
Com aparência vistosa, voo ágil como um helicóptero e um som de asas semelhante ao da cigarra, a libélula – ou “jacina” como é conhecida na região amazônica – tem se destacado como potencial embaixadora turística da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. O foco nesse inseto aquático tem impulsionado uma proposta inovadora de Ecoturismo de Base Comunitária (EBC) direcionado a insetos, um segmento ainda raro no Brasil. Esta abordagem visa atrair o interesse do público e promover um modelo sustentável de turismo na região.
Para explorar o potencial das jacinas — cujo nome em língua Tupi significa “borboleta marrom com asas azul-claras” — nesse ramo, pesquisadores brasileiros realizaram um estudo com o objetivo de preencher algumas lacunas informacionais a respeito do ecoturismo de invertebrados em áreas protegidas na Amazônia. Publicado na revista científica Science Direct, o texto ressalta a importância do conhecimento ecológico tradicional e da participação comunitária no desenvolvimento de iniciativas de conservação em áreas protegidas. A intenção é que esse conhecimento seja usado como uma ferramenta diagnóstica essencial para fortalecer o ecoturismo de base comunitária com foco nas libélulas, especialmente em unidades de conservação.
A pesquisa faz parte do INCT SinBiAm – Sínteses da biodiversidade Amazônica e do PPBIO-AmOr Amazônia Oriental. O processo de apuração dos autores revelou um grande interesse das comunidades entrevistadas em desenvolver atividades turísticas centradas nas libélulas, o que tem potencial para diversificar o ecoturismo na região. Esse foco pode promover práticas de conservação sustentáveis, ao mesmo tempo que oferece novas oportunidades de geração de renda para as populações locais.
Papel socioambiental
As libélulas desempenham um papel crucial no meio ambiente, atuando como predadores e bioindicadores de qualidade ambiental. Isso porque esses insetos são sensíveis a alterações nas condições físico-químicas da água, como pH e oxigênio dissolvido. Assim, sua presença em corpos d’água é um sinal de que o ambiente é saudável; mudanças nessas condições podem levar à sua extinção local.
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