Dia foi marcado por diversos discursos de lideranças políticas, incluindo do Brasil; cúpula deve definir novas metas de financiamento climático aos países
O segundo dia da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29) em Baku, no Azerbaijão, sediou nesta terça-feira (12) o World Leaders Climate Action Summit, um evento em que líderes globais se reúnem para discutir medidas urgentes contra as mudanças climáticas. Na ocasião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um discurso de abertura em que chamou 2024 de uma “aula em destruição climática”, enfatizando o impacto humano profundo e a necessidade de ações imediatas e intensas para combater a crise climática mundial.
“Famílias correndo para salvar suas vidas antes que o próximo furacão aconteça; Trabalhadores e migrantes desabando sob um calor insuportável; Inundações que devastam comunidades e destroem infra-estruturas; Crianças vão para a cama com fome enquanto as secas devastam as colheitas. Todos estes desastres, e mais, estão sendo agravados pelas mudanças climáticas provocadas pelo homem”, disse.
O papel do financiamento climático na gravidade da crise do clima
Em seu discurso, Guterres pediu a criação de novos impostos sobre o transporte marítimo, a aviação e a extração de combustíveis fósseis como formas “inovadoras” de ajudar os países com menos recursos a financiar sua transição climática. Ele enfatizou a redução emergencial das emissões de gases de efeito estufa, com os países do G20 assumindo a liderança nesse esforço, além da necessidade de proteger as populações mais vulneráveis dos impactos da crise climática. Para isso, o cumprimento da meta de financiamento climático global, que deve ser de pelo menos US$ 1 trilhão ao ano, é imprescindível, já estabelecido como um ponto crucial da agenda da COP29. Guterres também destacou que “os países em desenvolvimento não devem sair de Baku de mãos vazias” e que firmar um acordo concreto é imprescindível.
“A COP29 deve derrubar os muros do financiamento climático”, pontua.
De acordo com a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), o financiamento climático é caracterizado como um suporte financeiro que pode ser local, nacional ou transnacional, destinado a ações que combatem as mudanças climáticas. Esse conceito abrange uma variedade de fontes de financiamento, incluindo recursos públicos, privados e multilaterais, com o objetivo de reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar a resiliência dos sistemas humanos e ecológicos frente aos impactos do clime.
“Financiamento climático não é caridade, é um investimento. Ações climáticas não são opcionais, são um imperativo. Ambas são indispensáveis para um mundo habitável para toda a humanidade e próspero para cada nação na Terra”, escreveu Guterres nas redes sociais.
Discurso brasileiro
Representando o Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin apresentou a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país, anunciada na última sexta (08). Em seu discurso, destacou a necessidade de ações concretas e urgentes e estabeleceu novas metas climáticas nacionais.
“Precisamos de medidas concretas e no ritmo necessário. Terei a honra de apresentar nessa COP 29 a NDC do Brasil. Nossa meta reflete nossa mais alta ambição: a redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005″, declara.
De acordo com o comunicado oficial do governo brasileiro, essa meta representa uma redução absoluta de emissões para alcançar um patamar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente até 2035.
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