A produção da rapadura de cacau, antes caseira, evoluiu para uma fábrica artesanal que também produz chocolates veganos, compotas e gelatos sem glúten ou lactose, todos pensados com atenção à inclusão alimentar e à sustentabilidade
A empreendedora Melissa Almeida, do interior de Rondônia, criou uma versão inovadora da tradicional rapadura brasileira ao incorporar cacau à receita ensinada por sua avó. A ideia, nascida no quintal de casa, cresceu e se tornou o carro-chefe da Cacau Raiz, um negócio agroecológico que hoje fatura cerca de R$ 15 mil por mês.
Criada em meio a plantações e panelas, Melissa combinou memória afetiva, criatividade e técnicas de gastronomia para desenvolver um doce regional com ingredientes locais e cuidado artesanal. A produção, antes caseira, evoluiu para uma fábrica artesanal que, além da rapadura de cacau, também produz chocolates veganos, compotas e gelatos sem glúten ou lactose, todos pensados com atenção à inclusão alimentar e à sustentabilidade.
O cuidado na produção da rapadura de cacau e dos demais doces vai além da receita: a fábrica utiliza embalagens biodegradáveis e reutilizáveis como recipientes para mudas de reflorestamento, promovendo uma cadeia produtiva sustentável. A produção segue princípios agroecológicos, com atenção especial à preservação do solo, da água e da floresta.
O cacau, em grande parte oriundo do quintal da família, passa por um processo artesanal completo — colhido à mão, com amêndoas fermentadas, secas e moídas antes de se transformar em chocolate. Ao ser misturado com açúcar mascavo, origina a rapadura de cacau que conquistou até o mercado internacional.
Melissa conta com o apoio de duas funcionárias fixas e uma rede de fornecedoras locais, com destaque para mulheres como Selma, que cultiva 1,2 mil pés de cacau sem o uso de agrotóxicos. A iniciativa fortalece o protagonismo feminino na agricultura sustentável e promove inclusão econômica com impacto social positivo. “Ter essa parceria com outra mulher que valoriza o nosso trabalho é muito importante”, diz Selma em entrevista ao Pequenas Empresas, Grandes Negócios.