“Com esta publicação, Paula Simões nos convoca a um novo pacto social, onde o direito não seja um privilégio, mas uma ponte. E mais do que isso: ela reafirma que é possível traduzir esperança em estrutura, cuidado em política pública, dignidade em prioridade.”
No coração da Amazônia, onde a floresta é também metáfora de resistência humana, nasce uma obra que nos obriga a respirar fundo e refletir: quem está ficando para trás? Lançada pela Escola Superior da Magistratura do Amazonas (ESMAM), a publicação “Acesso à Justiça das Pessoas em Situação de Vulnerabilidade: os excluídos digitais e o papel do Conselho Nacional de Justiça”, de autoria da escritora Paula Cristina de Oliveira Simões, é mais do que um livro. É um gesto civilizatório.
A obra não se contenta em descrever o problema da exclusão social e digital. Ela propõe caminhos, provoca consciências e acolhe — com palavras, conceitos e afeto — aqueles que historicamente ficaram à margem da lei e da cidadania. Paula Simões não escreve para os tribunais. Ela escreve com e para os que esperam, há gerações, serem reconhecidos como sujeitos de direitos.
Justiça como Vínculo — e Não Privilégio
Este trabalho não se limita à técnica jurídica. Ele se compromete com a alma da justiça. Em sua fala durante o lançamento, Paula Simões afirmou: “Mais do que acompanhar a inovação tecnológica, é dever do sistema de justiça garantir que ninguém fique para trás. A exclusão digital não pode ser uma nova forma de desigualdade, mas sim o desafio que nos mobiliza a reinventar, como nos ensina o Prof. Kazuo Watanabe, o ‘acesso à ordem jurídica justa’.”
É nesse espírito que a obra ganha sua potência: ela vê o direito como um instrumento para unir mundos — não para segregá-los. Ela reconhece que os desconvidados da cidadania, como migrantes, mulheres em situação de violência, povos originários, moradores de rua ou pessoas com deficiência, não são “exceções”, mas o centro do problema — e, portanto, também o centro da solução.

Totalidade: Entre Pessoa, Território e Justiça
Ao exaltar essa obra, o Brasil Amazônia Agora propõe uma leitura ampliada. Não há como falar em acesso à justiça sem incluir a questão ambiental, a territorialidade, a proteção da vida em todas as suas formas. A pessoa e o meio ambiente são partes inseparáveis de uma mesma totalidade. Negar a floresta é negar o direito das populações que dela vivem. Negar o acesso à justiça é negar o próprio pacto civilizatório.
Por isso, obras como esta são urgentes e transformadoras. Elas afirmam o que repetimos todos os dias: não há justiça onde há desigualdade, não há cidadania onde há devastação.
Esperança como Método
Com esta publicação, Paula Simões nos convoca a um novo pacto social, onde o direito não seja um privilégio, mas uma ponte. E mais do que isso: ela reafirma que é possível traduzir esperança em estrutura, cuidado em política pública, dignidade em prioridade.
Neste momento em que o país e a floresta enfrentam tantos retrocessos, essa obra é uma trincheira luminosa. Uma carta de amor à cidadania. Uma convocação à sensibilidade. E um lembrete de que não há justiça onde não há escuta.

Serviço
- Lançamento do Livro
- Obra: Acesso à Justiça das Pessoas em Situação de Vulnerabilidade: os excluídos digitais e o papel do Conselho Nacional de Justiça
- Autora: Paula Cristina de Oliveira Simões
- Data: Sexta-feira, 6 de junho de 2025
- Horário: 18h
- Local: Sala VIP do Auditório do Centro Administrativo Desembargador José de Jesus Ferreira Lopes – Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
- Endereço: Av. André Araújo, S/N – Bairro Aleixo, Manaus/AM
- Promoção: Escola Superior da Magistratura do Amazonas – ESMAM