Desconfiamos dessa governança à distância, que despreza o direito essencial e impede decisões fundadas no conhecimento de cada realidade. Assim, fica difícil identificar a obviedade que compete a qualquer magistrado: a defesa dos direitos fundamentais das pessoas e seu acesso aos benefícios da civilização. É legítima a integração do Amazonas ao resto do país.
Os argumentos da prosopopeia ambiental, portanto, são risíveis, pois a estrada seria a melhor maneira de evitar a depredação e brecar outras atividades ilegais. Proteção e integração foram os pilares originais do conceito e valor que deram origem BR-319 e à própria Zona Franca de Manaus no governo que as implantou há quase 50 anos. Com efeito, não há outro meio de resguardar um estoque natural sem lhe conferir base econômica.
Como seguir falando que a BR-319 não deve ser construída? Alguns ambientalistas alegam que no trajeto existem espécies gralhas e macacos em riscos de extinção. Isso é um problema? Sim. Tem solução? Claro!!! Como é possível cuidar dos estoques da biodiversidade sem atribuir uma função econômica ao bem natural?
Professor da UFSM destaca a importância de estratégias preventivas, como o nivelamento do solo, permitindo que os produtores recuperem suas áreas de cultivo após as enchentes no RS.
O desafio, portanto, não é se a bioeconomia será o futuro da Amazônia, mas como estruturá-la para que seus benefícios sejam amplamente distribuídos – tanto para as populações locais quanto para a economia nacional [...] Se quisermos que a bioeconomia deixe de ser um potencial e se torne realidade, esse é o momento de agir.