Entre janeiro e outubro, o país gerou uma área queimada do tamanho do estado de Tocantins, 119% maior do que o total queimado em 2023
Entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil registrou um recorde histórico de queimadas, com 27,6 milhões de hectares queimados, segundo o mapeamento do Monitor do Fogo do MapBiomas. Isso equivale a uma área queimada do tamanho do estado do Tocantins, representando um aumento de 119% em relação ao mesmo período de 2023. Os 15 milhões de hectares a mais superam toda a extensão do estado do Ceará e configura 2024 como o pior ano da série histórica iniciada em 2019.
A maior parte do fogo atingiu vegetação nativa, que respondeu por 74% dos hectares queimados, enquanto as formações florestais concentraram 25%. Mais da metade (55%) de tudo que foi queimado foi na Amazônia: 15,1 milhões de hectares. Já o Cerrado ocupou o segundo lugar, com 9,4 milhões de hectares destruídos, sendo que 85% dessa área eram de vegetação nativa. Nesse bioma, as queimadas aumentaram 97% em relação ao mesmo período de 2023.
Área queimada nos demais biomas
No mesmo período, o Pantanal enfrentou um aumento dramático de mais de 1000% na área queimada, atingindo 1,8 milhão de hectares, o que representa 1,6 milhão de hectares a mais em comparação a 2023. Em contraste, a boa notícia é que o Pampa apresentou o menor índice de queimadas nos últimos três anos para este período, com apenas 3,2 mil hectares queimados, graças ao maior volume de chuvas em 2024.
A Caatinga também registrou uma queda significativa de 49% nas queimadas, com 233 mil hectares afetados, sendo 81% dessa área composta por formações savânicas. Já a Mata Atlântica teve 993 mil hectares queimados, com 71% dessa área localizada em zonas agropecuárias.