Iniciativa visa transformar a região Norte em referência mundial na bioeconomia, unindo tecnologia, sustentabilidade e empreendedorismo
O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) deu um passo importante para posicionar a região Norte do Brasil como referência global em bioeconomia. No início deste mês, o secretário da Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, anunciou a criação do primeiro hub de inovação em bioeconomia da região. O anúncio ocorreu durante o workshop Iniciativas de Pesquisa e Inovação para a Amazônia, realizado em Manaus e promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), na sede do CBA.
O CBA já lançou o edital para a reforma do alojamento que abrigará o hub. O valor estimado da obra é de R$ 1,4 milhão, e a expectativa é que as atividades do hub comecem ainda no primeiro semestre de 2025.
A nova estrutura, que contará com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), será um marco para o desenvolvimento de soluções inovadoras com base na biodiversidade amazônica. A expectativa é que o hub seja um ponto de encontro entre startups, aceleradoras e grandes empresas interessadas em explorar o potencial econômico da região, gerando empregos e valorizando os recursos naturais.
Essa iniciativa busca não apenas criar um espaço de negócios, mas também fomentar o desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras que utilizem a vasta biodiversidade da Amazônia. O objetivo é transformar o conhecimento científico em oportunidades concretas de mercado, gerando riqueza para as populações locais e respeitando o equilíbrio ambiental.
Além disso, o hub de bioeconomia também recebeu o apoio do ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ele destacou a importância do projeto para o desenvolvimento sustentável do Brasil. “Como tem o encontro das águas aqui em Manaus, o CBA tem tudo para ser o ponto de encontro dos empreendedores privados, com os pesquisadores, os conhecedores da biodiversidade amazônica, para que dessa forma a gente possa produzir mais tecnologia, mais produtos sustentáveis, mais renda e mais oportunidades de emprego na região e para o Brasil”, afirmou.
Parcerias estratégicas
Além das parcerias com o Sebrae e a ABDI, o CBA também firmou um Memorando de Entendimento (MOU) com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Esse acordo busca unir esforços para promover a inovação e o desenvolvimento sustentável na Amazônia, com o objetivo de fortalecer a bioeconomia e as cadeias produtivas locais.
Rogério Araújo, gerente de fomento às estratégias ESG da ABDI, ressaltou o impacto que o projeto terá na economia brasileira: “No contexto da Nova Indústria Brasil (NIB), é fundamental destacar a importância de integrar a bioeconomia como uma força propulsora do desenvolvimento econômico brasileiro. Queremos que essa seja a marca distintiva da indústria do futuro que estamos construindo. Por isso, este projeto de revitalização e ocupação de espaços já existentes aqui no CBA, que antes não estavam sendo aproveitados, é crucial. Ele promoverá um desenvolvimento sustentável e inovador, contribuindo significativamente para o futuro do nosso país”, reforçou o executivo.
O acordo entre o CBA e a FAS prevê a criação de um “hotel tecnológico” para abrigar startups voltadas à bioeconomia, além de incentivar a pesquisa colaborativa. Virgílio Viana, superintendente da FAS, destacou a importância de conectar as comunidades amazônicas com as novas tecnologias desenvolvidas no hub. “Essa parceria entre a FAS e o CBA abre uma oportunidade para unir duas competências diferentes. O CBA tem uma competência de inovação tecnológica, de biotecnologia e a FAS tem a ligação com as comunidades e aldeias da floresta que podem produzir e já produzem os insumos para a bioeconomia amazônica. Então a gente junta a matéria-prima e a organização social e a produção sustentável com a tecnologia do CBA”, afirmou Viana.
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