Enquanto as plantas amazônicas e demais hortaliças possuem um tempo limitado de prateleira, os alimentos em pó podem durar mais de duas décadas
Já pensou em consumir suas verduras e legumes em pó? Essa foi a alternativa que o empreendedor Bruno Kato, fundador e CEO da Horta da Terra, encontrou para levar hortaliças típicas da Amazônia, como chicória, cariru e vinagreira, para consumidores ao redor do mundo.
A startup, sediada em Belém, cultiva Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc’s) de forma 100% orgânica e as transforma em pó por meio de um processo de liofilização, uma técnica de desidratação por congelamento que preserva os nutrientes e amplia a durabilidade dos alimentos.

Uma das principais vantagens da liofilização é a longa vida útil dos produtos. Enquanto as hortaliças frescas possuem um tempo limitado de prateleira, os alimentos liofilizados podem durar mais de duas décadas. No caso da Horta da Terra, os produtos têm validade de 24 meses, apenas para entrar em conformidade com a regulamentação da Anvisa e da legislação brasileira, segundo Kato.
“E não há necessidade do uso de conservantes”, diz Kato. “Dentro dos nossos sachês há apenas um ingrediente, a planta.”
A empresa assinou contratos recentes que preveem o envio de 200 toneladas de açaí liofilizado em pó para a China nos próximos dois anos. O mercado chinês vem apresentando um crescimento no consumo de açaí, embora a fruta ainda não seja amplamente popular no país.

O portfólio da Horta da Terra inclui sete hortaliças: chicória, cariru, taioba, açaí, jambu, vinagreira e ora-pro-nóbis, todas com benefícios medicinais, funcionais e nutricionais comprovados por pesquisas científicas.
Em breve, a startup pretende adicionar dois novos ingredientes: marapuama, conhecida por seu efeito neurotônico, e a folha de graviola, que apresenta potencial ação anticancerígena, ampliando ainda mais as opções de alimentos em pó funcionais da empresa.