A Microsoft, gigante de software, e a startup brasileira Re.Green, especializada em créditos de carbono florestal, anunciaram o maior negócio do mundo no setor. O ambicioso projeto visa a restauração de 16 mil hectares de terra degradada na Amazônia e na Mata Atlântica.
Esse movimento é parte de uma tendência crescente que envolve empresas e investidores, tanto brasileiros quanto estrangeiros, interessados nas oportunidades proporcionadas pela regeneração de terras desmatadas e abandonadas no Brasil. O país é considerado uma das melhores opções globais para a geração de créditos de carbono, essencial para retirar o excesso de carbono da atmosfera e mitigar os efeitos do aquecimento global.
A regeneração florestal se destaca não apenas pelo seu impacto ambiental, mas também pelo seu potencial econômico para os produtores rurais dessas regiões. O processo inclui o plantio de mudas nativas em áreas previamente desmatadas para pecuária e posteriormente abandonadas. Atualmente, o Brasil possui uma área equivalente a duas vezes o estado de São Paulo em terras desmatadas e abandonadas, representando a maior fronteira de produção rural para novas florestas e geração de créditos de carbono e outros produtos florestais.
A produção florestal é uma atividade rural de alta qualidade, gerando empregos altamente qualificados e melhor remunerados em comparação a outras atividades rurais. Esses empregos são mais estáveis, uma vez que a manutenção das florestas requer monitoramento contínuo e a criação de uma rede de fornecedores de insumos, como mudas e equipamentos.
O Brasil, com vastas áreas desmatadas, está posicionado para se tornar um líder mundial na produção de florestas recuperadas para créditos de carbono. A Embrapa, conhecida por seu papel na expansão da cana-de-açúcar, soja e pecuária, tem potencial para desenvolver técnicas avançadas para a recuperação de florestas nativas.
No entanto, para que o Brasil realize seu potencial, é necessário resolver gargalos significativos, especialmente a insegurança fundiária. Grande parte das áreas disponíveis para replantio são terras públicas desmatadas ilegalmente por grileiros.
Propostas incluem concessões dessas terras públicas a empresas privadas que possam replantar florestas nativas e obter créditos de carbono. Executivos do setor veem essa ideia com otimismo, reconhecendo seu potencial para atrair grandes investimentos, embora haja preocupações sobre a segurança dessas áreas, que frequentemente enfrentam invasões e ameaças de grileiros.
Além disso, a legislação atual responsabiliza as concessionárias pelos crimes cometidos por invasores, uma distorção que impede o progresso de concessões de áreas de conservação federais, estaduais e municipais, totalizando 188 milhões de hectares.
Para consolidar-se como líder na produção de créditos de reflorestamento e proteger a Amazônia, o Brasil também precisa destinar as florestas públicas que estão em um limbo legal, somando 57,5 milhões de hectares, uma área maior que a Espanha. Crimes ambientais, como a grilagem de terras, resultam em desmatamento, violência e corrupção, desestimulando investimentos em alternativas legais e prejudicando a conservação das florestas públicas.
Oportunidade de mercado e impacto ambiental
Esse acordo representa uma nova onda de movimentações envolvendo empresas e investidores, tanto brasileiros quanto estrangeiros, que buscam se posicionar nesse mercado promissor. A regeneração de terras desmatadas e abandonadas no Brasil é considerada uma das melhores opções globais para a geração de créditos de carbono. Esse processo não só remove o excesso de carbono da atmosfera, ajudando a evitar o pior do aquecimento global, mas também oferece uma solução viável e sustentável para o uso de terras anteriormente desmatadas.
Benefícios para produtores rurais
A regeneração florestal também é vista como uma das melhores opções para os produtores rurais das regiões afetadas. O processo envolve o plantio de mudas nativas em áreas que foram desmatadas para a produção de gado e posteriormente abandonadas. Atualmente, o Brasil possui uma área equivalente a duas vezes o estado de São Paulo em terras desmatadas e abandonadas, representando a maior fronteira de produção rural para novas florestas. Essas áreas podem gerar créditos de carbono e outros produtos florestais, proporcionando uma nova fonte de renda para os produtores locais.
A produção florestal é uma atividade rural de alta qualidade que gera empregos tanto quanto a produção intensa de fruticultura. Esses empregos são altamente qualificados e melhor remunerados do que outras atividades rurais. Além disso, são mais estáveis, pois a manutenção das florestas requer monitoramento contínuo e uma rede de fornecedores de insumos, como mudas e equipamentos. Esse setor pode criar uma cadeia de suprimentos robusta, promovendo o desenvolvimento econômico nas regiões rurais.
Brasil como líder global
Com vastas áreas desmatadas, o Brasil está em uma posição privilegiada para se tornar um líder mundial na produção de florestas recuperadas para créditos de carbono. A Embrapa, conhecida por seu papel na expansão da cana-de-açúcar, soja e pecuária, tem potencial para desenvolver técnicas avançadas para a recuperação de florestas nativas, aumentando ainda mais a eficiência e o impacto positivo dessa iniciativa.
No entanto, para que o Brasil realize seu potencial, é necessário enfrentar desafios significativos, especialmente a insegurança fundiária. Grande parte das áreas disponíveis para replantio são terras públicas desmatadas ilegalmente por grileiros. Uma das propostas para incentivar a recuperação e geração de renda é conceder essas terras públicas a empresas privadas que possam replantar florestas nativas e obter créditos de carbono.
Executivos do setor enxergam essa ideia com otimismo, reconhecendo seu potencial para atrair grandes investimentos. No entanto, há preocupações sobre a segurança dessas áreas, que frequentemente enfrentam invasões e ameaças de grileiros. A legislação atual, que responsabiliza as concessionárias pelos crimes cometidos por invasores, é vista como um obstáculo significativo para o progresso de concessões de áreas de conservação, que somam 188 milhões de hectares de unidades federais, estaduais e municipais.
Necessidade de mudanças legais
Para consolidar-se como líder na produção de créditos de reflorestamento e proteger a Amazônia, o Brasil precisa destinar as florestas públicas que estão em um limbo legal. São 57,5 milhões de hectares, uma área maior que a Espanha, que podem ser utilizadas para regeneração ou conservação florestal. A campanha “Seja Legal com a Amazônia” destaca que crimes ambientais, como a grilagem de terras, geram desmatamento, violência e corrupção, intimidando empresários e produtores rurais que gostariam de investir em alternativas legais na região.
O acordo entre Microsoft e re.green marca um passo importante para a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento econômico no Brasil. Para alcançar seu pleno potencial, o país precisa enfrentar desafios legais e de segurança, mas as oportunidades são vastas. Com a regeneração florestal, o Brasil pode se tornar um líder global na luta contra as mudanças climáticas, promovendo um futuro mais verde e sustentável.
*Com informações Revista EXAME
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