Após pedido de exoneração feito pelo próprio ministro, o presidente Jair Bolsonaro efetua o fim de sua gestão. A medida foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União, na tarde desta quarta-feira, 23.
Ainda na mesma publicação o líder do executivo nomeou o sucessor de Salles, Joaquim Alvaro Pereira Leite. Agora ministro do meio ambiente, Leite ocupava anteriormente o cargo de Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do ministério.
A gestão Salles
Desde sua nomeação, até as últimas semanas, a gestão de Ricardo Salles foi marcada por muitas polêmicas, suspeitas de crimes, e contradições.
Apontado por ambientalistas desde o princípio como um péssimo nome para a pasta, Salles ganhou notoriedade nacional na reunião presidencial de abril de 2020, quando sugeriu ao presidente Bolsonaro aproveitar o enfoque da mídia a pandemia da Covid-19 para “passar a boiada”, expressão usada ao se referir a flexibilização das leis ambientais.
Mais recentemente, Ricardo Salles foi acusado pela Polícia Federal, e passou a ser alvo de inquérito, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Pedido este autorizado pelo Supremo Tribunal Federal, por suposto envolvimento em manobras para atrapalhar investigações em operação de apreensão de madeira na Amazônia.
PF diz que Salles montou esquema criminoso
O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal ordenou o início da chamada Operação Akuanduba, como também a quebra de sigilos fiscais e bancários do ex-ministro. A ação foi tomada diante da apuração da Polícia Federal de um suposto esquema, conhecido por Salles e liderado por Eduardo Bim, presidente afastado do Ibama, que também envolveria nove agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente e ainda cinco empresas madeireiras: Conflorestas, Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira no Pará (Aimex), Ebata Produtos Florestais, Tradelink Madeiras, e Wizi Indústria Comércio e Exportação de Madeiras.
Delegado da Polícia Federal acusa Salles
Alexandre Saraiva, Delegado e ex-superintendente da Polícia Federal da PF do Amazonas, apresentou, no último 26 de Abril, notícia-crime contra Ricardo Salles por organização criminosa, advocacia administrativa e obstrução de fiscalização.
Após a denúncia, Saraiva foi substituído do cargo pelo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, a mando de Jair Bolsonaro.
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