Zona Franca de Manaus: Uma vitória no Senado, mas a batalha continua

“Convencer a opinião pública brasileira de que o Amazonas luta apenas para manter o que já tem será um dos maiores desafios. Mas, com estratégia, união e diálogo, temos condições de superar mais essa etapa e garantir que a Zona Franca de Manaus continue sendo um exemplo de desenvolvimento sustentável e preservação ambiental para o Brasil e o mundo. Agora é hora de avançar, construir pontes e reforçar o compromisso com o futuro da Amazônia e de seu povo”

Por Belmiro Vianez Filho
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O Amazonas celebra, com orgulho, o desempenho guerreiro dos senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM), que saem como heróis da batalha travada no Senado Federal. Com articulação firme e estratégia política precisa, ambos garantiram a aprovação do texto da reforma tributária sem alterações nos dispositivos que resguardam os direitos constitucionais e a segurança jurídica da Zona Franca de Manaus (ZFM).

A conquista só foi possível graças ao suporte técnico e estratégico de uma equipe comprometida e competente, formada por Tomás Nogueira, Afonso Lobo, Farid Mendonça, Hamilton Caminha, Germano Andrade, Pedro Câmara e Marcelo Pereira. Esse time atuou com excelência, provando que o Amazonas tem líderes preparados para enfrentar os desafios mais complexos no cenário nacional.

A Nova Batalha na Câmara

Agora, a batalha se desloca para a Câmara dos Deputados, onde o contexto é mais adverso. O posicionamento contrário da FIESP em relação ao texto aprovado no Senado já sinaliza as dificuldades que o Amazonas enfrentará. Embora reúnam mais de 30% dos estabelecimentos industriais do Brasil, e o Amazonas apenas 0.6%, eles usam até a desinformação para atrair as empresas da Amazônia para o Sudeste como que nos vissem como cidadãos de segunda classe.

Apesar da narrativa industrialista que tenta deslegitimar a ZFM, é imperativo lembrar que o Amazonas foi reconhecido pela maioria do Senado. Não buscamos privilégios, mas sim manter os direitos que garantem o desenvolvimento econômico regional e a preservação ambiental de uma das áreas mais sensíveis do planeta.

A incompreensão, a maledicência e a desinformação sobre o modelo ZFM continuam sendo obstáculos, mas o Amazonas tem algo que poucos estados possuem: um modelo que alia desenvolvimento econômico e sustentabilidade. O desafio agora será mobilizar maior interlocução e interatividade entre os atores regionais, conquistando novos espaços e defendendo os direitos e as obrigações que a ZFM representa para a Amazônia e para o Brasil.

Infraestrutura e Oportunidades

Além de garantir a segurança jurídica do modelo ZFM, é fundamental que o debate na Câmara avance – ao menos como semeadura – para incluir questões estruturais, como a melhoria na logística de transportes. A conectividade da Amazônia com o restante do país e do mundo é essencial para diversificar e interiorizar a economia regional, especialmente diante das novas perspectivas geradas pela conexão transoceânica liderada pela China e pela possível assinatura do acordo União Europeia-Mercosul.

Essas oportunidades são um divisor de águas para o futuro econômico do Amazonas, mas exigem um compromisso maior por parte dos governadores da Amazônia Ocidental, cuja ausência nesse debate foi notável e preocupante. A economia da ZFM é decisiva para todos os estados da região, e sua defesa deveria ser uma prioridade compartilhada.

A Luta Continua

Comemoremos, sim, a vitória no Senado e a atuação heroica dos senadores Eduardo Braga e Omar Aziz. Eles mostraram que a união, a competência técnica e a articulação política são ferramentas poderosas para proteger os interesses do Amazonas, sua indústria, comércio e setor primário. No entanto, a luta continua.

Convencer a opinião pública brasileira de que o Amazonas luta apenas para manter o que já tem será um dos maiores desafios. Mas, com estratégia, união e diálogo, temos condições de superar mais essa etapa e garantir que a Zona Franca de Manaus continue sendo um exemplo de desenvolvimento sustentável e preservação ambiental para o Brasil e o mundo. Agora é hora de avançar, construir pontes e reforçar o compromisso com o futuro da Amazônia e de seu povo.