O Brasil profundo, cheio de contradições e potências, encontra em Paulo Haddad um intérprete raro: lúcido, generoso e comprometido com uma ideia de país que seja, ao mesmo tempo, viável, justo e sustentável. Referência mundial em economia regional e planejamento estratégico, Haddad não apenas estuda a Amazônia — ele a escuta, a traduz e a defende com a autoridade de quem já ajudou a pensar o Brasil em momentos decisivos da sua história.
Neste novo ensaio, “Mudanças Climáticas, Guerras e o Reverendo Malthus na COP30”, o economista volta a colocar seu talento analítico a serviço das grandes causas humanas: o combate à fome, a reabilitação dos ecossistemas, a justiça social e a construção de um novo pacto civilizatório. Com clareza pedagógica, rigor intelectual e profundo senso de humanidade, ele articula temas como segurança alimentar, economia verde, demografia, desigualdades e transição ecológica com foco no papel que o Brasil — e, em especial, a Amazônia — pode e deve assumir em escala planetária.

Haddad nos lembra que não haverá desenvolvimento sustentável enquanto a lógica da exclusão for naturalizada e a pobreza for tratada como culpa individual. E mostra que é possível articular produção, equidade e respeito ambiental com ciência, tecnologia e sensibilidade política. Ao resgatar pensadores como Malthus, Josué de Castro, Papa Francisco, Adam Smith e Philip Kotler, ele constrói pontes entre o passado e o futuro, entre a denúncia e a proposição, entre o diagnóstico preciso e a esperança responsável.
Este é mais um trabalho indispensável de um pensador que ajuda o Brasil — e, em especial, a Amazônia — a abrir as portas da sustentabilidade, não como palavra da moda, mas como destino histórico. Em tempos de colapsos e transições, a contribuição de Paulo Haddad reafirma a brasilidade da floresta, a urgência do combate à desigualdade e o poder de articulação entre saberes para salvar vidas e oferecer caminhos. Seja lido como alerta ou roteiro, o texto é um chamado à ação para a COP30 e muito além dela.
“Os efeitos mais graves de todos os ataques ao meio ambiente são sofridos pelos pobres… temos de ter consciência de que uma abordagem social deve integrar as questões de justiça nos debates sobre o meio ambiente, de tal forma a ouvir ambos o grito da terra e o grito dos pobres.”
Papa Francisco – LAUDATO SI` (2015)