Para desenvolver a inovação sustentável, a estudante criou nas aulas de Iniciação Científica uma mistura composta por cascas de pinhão, glicerina, gelatina, ágar-ágar, água, vinagre e sementes de salsa e alecrim
O pinhão, semente da Araucária, é um alimento tradicional e altamente nutritivo, especialmente valorizado no Sul do Brasil. No entanto, o consumo intenso durante o inverno gera um volume significativo de resíduos, principalmente as cascas, que normalmente são descartadas. Sensível a essa problemática, a estudante Maria Clara Badin Salvalaggio, aluna do 6º ano do ensino fundamental de uma escola em Curitiba (PR), decidiu usar as aulas de Iniciação Científica para transformar esse material em uma inovação sustentável: copo biodegradável feito com casca de pinhão.
“Eu sempre via as pessoas tomando água ou café nos copos de plástico e nunca gostei disso, porque sei que esses materiais demoram muito tempo para se decompor na natureza. O copinho de pinhão vai levar no máximo cinco semanas para se degradar. Já o plástico leva anos”, conta ela.

Foram produzidos copos biodegradáveis de 50 ml, sendo que cada um tem a capacidade de acondicionar tanto líquidos frios como quentes. E o melhor: não impacta negativamente o meio ambiente quando descartado.
Do que é feito o copo biodegradável?
Maria Clara utilizou uma mistura inovadora composta por cascas de pinhão, glicerina, gelatina, ágar-ágar, água, vinagre e sementes de salsa e alecrim. Cada ingrediente tem uma função específica: o vinagre, por exemplo, atua como conservante natural da mistura. Após o preparo, todos os elementos são levados ao fogo e, em seguida, despejados em moldes de porcelana disponíveis no laboratório do colégio.

A orientadora do projeto, professora Daniele Cecilia Ulsom de Araújo Checo, destaca que as fibras presentes na casca do pinhão oferecem propriedades de isolamento térmico, o que torna o copo ideal para bebidas quentes como café ou chá, ajudando a manter a temperatura por mais tempo. Além disso, quando corretamente tratadas, essas fibras não emitem odor, o que garante que o material não interfira no sabor dos líquidos.
Agora, a estudante planeja otimizar o desenvolvimento do bioplástico e associá-lo a outras sementes, ampliando as estratégias para aplicação do produto no processo de reflorestamento e cobertura verde.