A Amazônia deixou de ser promessa e passou a ser projeto em andamento. Com protagonismo crescente e reconhecimento internacional, o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM) consolida duas décadas de atuação transformadora, conectando ciência, indústria e comunidades para impulsionar a bioeconomia como motor da transição ecológica.
Na véspera da COP30, em Belém, o IDESAM apresenta resultados expressivos, amplia suas frentes de atuação e reforça o compromisso com o desenvolvimento sustentável da região, guiado pela inovação, pela inclusão e pela floresta em pé.
Um novo modelo de governança para a bioeconomia
Conectar ciência e tecnologia, produção comunitária e infraestrutura industrial é o grande desafio da Amazônia contemporânea.
Para o IDESAM, a resposta está na inteligência em governança — redes colaborativas que integram saberes e aceleram a criação de negócios sustentáveis nos territórios.
Financiado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), o estudo inédito sobre modelos de interação e governança da bioeconomia amazônica foi conduzido pelo IDESAM como subsídio técnico para políticas públicas e investimentos privados.
O trabalho mapeou mais de 100 atores e agrupamentos — de biohubs e polos tecnológicos a organizações de base comunitária — que, juntos, representam o embrião da nova economia da floresta.
“Faltam elos mais fortes entre academia, mercado e populações tradicionais. Nosso estudo busca entender como fortalecer essas conexões e transformar conhecimento em impacto real”, afirma Carlos Koury, diretor de Inovação em Bioeconomia do IDESAM.
PPBio: o motor de investimento verde da Amazônia
A coordenação do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), desenvolvido pela Suframa e liderado pelo IDESAM, é um dos pilares da expansão da bioeconomia na região. O programa canaliza recursos de P&D&I das empresas do Polo Industrial de Manaus para financiar projetos de inovação e bionegócios sustentáveis.
Até o momento, o PPBio já mobilizou mais de R$ 146 milhões, com 40 empresas investidoras e 76 projetos concluídos ou em execução nos estados do Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Acre.
“A coprodução da inovação em formato de hubs e clusters é a essência da inclusão produtiva. Ela conecta ciência, indústria e comunidades, promovendo soluções mais sustentáveis, justas e eficazes”,
ressalta Koury.
Novas frentes e o protagonismo dos territórios
A atuação do IDESAM se expandiu também para o reconhecimento de empreendedores indígenas e comunitários. Com a iniciativa Elos da Amazônia 2024, o instituto incentiva negócios inovadores que unem biodiversidade, conhecimento tradicional e tecnologia.
A ação se soma à Amaz, a maior aceleradora de impacto do Norte do país, com 17 empreendimentos em portfólio e um fundo híbrido de R$ 25 milhões voltado à geração de impacto social e ambiental positivo.
“A diversidade da Amazônia é o DNA da bioeconomia. Cada comunidade carrega uma peça fundamental desse quebra-cabeça”,
reforça Yurik Ostroski, coautor do estudo e pesquisador do IDESAM.
Bioeconomia em rede: ciência, negócios e indústria
O estudo do IDESAM identifica três subsistemas interligados que sustentam a bioeconomia amazônica:
1. Bionegócios comunitários, baseados em manejo e inclusão social;
2. Ciência, tecnologia e inovação, que abrigam as universidades, institutos e startups;
3. Bioindústrias e mercado, que transformam o conhecimento em produtos de alto valor agregado.
Casos emblemáticos como o Território Médio Juruá (AM), o Ecocentro (PA) e o Centro de Bionegócios da Amazônia (AM) ilustram como a convergência entre esses subsistemas gera resultados concretos de renda, conservação e inovação.
Ambiente político e oportunidades em expansão
O momento é de alinhamento institucional sem precedentes. O governo federal avança com o Plano Nacional da Sociobioeconomia, alinhado à Estratégia Nacional de Bioeconomia, enquanto estados como Amazonas e Pará consolidam planos regionais.
O INPA, com apoio do BID, lidera a criação da Rede Amazônica de Biodiversidade, conectando centros de pesquisa de oito países para desenvolver processos biotecnológicos e transferir tecnologia a 400 agentes econômicos regionais.
“A Amazônia não é um vazio científico. O fomento tecnológico precisa partir da estrutura já existente”, pontua Henrique Pereira, diretor do INPA.
Resultados, gargalos e a visão de futuro
De acordo com o WRI Brasil, a bioeconomia já movimenta R$ 12 bilhões do PIB amazônico, com potencial de chegar a R$ 38,6 bilhões até 2050, gerando 833 mil empregos verdes.
Mas os desafios de escala, integração e infraestrutura ainda exigem cooperação entre governos, indústria e comunidades.
“O desafio agora é ampliar escala e garantir que os frutos da bioeconomia cheguem às comunidades”, resume Carlos Koury.
O IDESAM aposta na integração territorial, tecnológica e humana como caminho para consolidar a Zona Franca Verde — um modelo de prosperidade baseado em conhecimento, inovação e sustentabilidade.
Box de Dados
Bioeconomia Amazônica em Números (2025):
📊 R$ 146 milhões investidos via PPBio
🏭 40 empresas investidoras
🌿 76 projetos ativos ou concluídos
🧑🏽🔬 100+ atores mapeados entre ciência, comunidades e indústria
💡 R$ 38,6 bilhões de potencial de PIB até 2050 (WRI Brasil)
Por fim, uma Amazônia em movimento
A trajetória do IDESAM mostra que a Amazônia não é problema — é solução. De Manaus aos territórios ribeirinhos, floresce um novo modelo de desenvolvimento que alia inovação, conservação e inclusão produtiva.
Com inteligência de governança, visão estratégica e confiança nas pessoas, o IDESAM reafirma sua missão: transformar a biodiversidade em prosperidade sustentável, e a Amazônia em símbolo global de um futuro possível.