Segundo o presidente da conferência climática, pensar em formas não tradicionais de financiamento climático é essencial para impactar o combate às mudanças climáticas
Para André Corrêa do Lago, presidente da COP30, pensar em novas formas de financiamento climático é um debate essencial para o evento, que acontece em Belém no mês de novembro. O embaixador ressaltou durante um evento nesta segunda-feira (31) a urgência de repensar as formas de financiamento da agenda ambiental e destacou que o financiamento da “agenda de ação” — ou seja, dos projetos concretos de combate às mudanças climáticas — é uma das prioridades do governo brasileiro.
Além disso, enfatizou a importância do fortalecimento do multilateralismo e da geração de oportunidades de negócios que tornem esses projetos viáveis e sustentáveis no longo prazo.

“O Brasil está dando uma ajuda imensa para encontrar caminhos para outras formas de financiar. Existem discussões sobre taxação para transporte marítimo, petróleo, classe executiva de avião. A gente vai olhar para tudo para chegar a US$ 1,3 trilhão em 2035. Precisamos ampliar a discussão sobre financiamento climático e pensar além dos mecanismos tradicionais”, disse ele durante o evento Soluções Baseadas na Natureza: Oportunidades de Escala e Perspectivas de Financiamento, promovido pelo Nature Investment Lab (NIL).
André Corrêa do Lago destaca ainda que, embora o Acordo de Paris e a Convenção do Clima sejam espaços importantes para negociação, a efetivação das soluções climáticas discutidas depende de instituições financeiras como os bancos de desenvolvimento e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, não se pode esperar que apenas as negociações resolvam a crise climática — é preciso garantir que os acordos se traduzam em ações concretas no território, o que requer apoio financeiro robusto e coordenado por parte desses organismos.