As mudanças climáticas já estão fazendo com que os crocodilos tenham que mudar até seus hábitos de caça e mergulho devido ao calor excessivo
Um novo estudo australiano publicado este mês na revista Current Biology revelou que as mudanças climáticas já estão fazendo com que os crocodilos tenham que mudar até seus hábitos de caça e mergulho devido ao calor excessivo.
Embora sejam animais resilientes, os pesquisadores alertam que os crocodilos passam por um aumento na temperatura corporal média e estão próximos do seu limite térmico fisiológico. O impacto de futuras elevações de temperatura ainda é desconhecido, mas traz um alerta: os pesquisadores teme que tempos de mergulho mais curtos, devido ao calor, possam afetar a sua capacidade de caçar.

Como funciona a regulação de calor da espécie?
Os crocodilos são ectotérmicos, ou seja, dependem de fontes externas de calor para regular a temperatura corporal, assim como cobras, peixes e anfíbios. Sua temperatura varia conforme as condições do ambiente.
Dessa forma, para lidar com o calor, a espécie ajusta seu comportamento. Os pesquisadores do estudo explicam que à noite, quando o ar esfria, mas a água permanece quente, eles se deslocam para a margem do rio para se refrescar. Durante o dia, podem mergulhar em águas mais profundas, onde a temperatura é mais baixa, descansar à sombra com a boca aberta ou ficar em riachos de água doce, buscando resfriamento natural.
Com o aumento das temperaturas, esses animais passaram menos tempo mergulhando e dedicaram mais tempo a comportamentos de resfriamento.

“Um crocodilo mais quente tem um metabolismo mais elevado. Um metabolismo mais elevado significa queimar oxigênio mais rapidamente”, afirma Kaitlin Barham, pesquisadora de ecologia da vida selvagem na Universidade de Queensland. “Cada minuto que eles estão na margem tentando baixar a temperatura corporal é um minuto que eles não gastam viajando, reproduzindo ou procurando comida. Isso pode resultar em futuros efeitos indiretos na sua saúde”, completa.