Ao contrário de garrafas e itens maiores, o glitter é composto por micropartículas, difíceis de recolher, varrer e filtrar nos sistemas de tratamento de água
O brilho do glitter já é característico do período de Carnaval. No entanto, fora das fantasias, esse material é, na verdade, plástico colorido, capaz de causar impactos ambientais preocupantes.
O glitter tradicional contribui para que 8 milhões de toneladas de plástico cheguem aos oceanos todos os anos. O problema se agrava porque, ao contrário de garrafas e itens maiores, ele é composto por micropartículas, difíceis de recolher, varrer e filtrar nos sistemas de tratamento de água.

Além disso, um estudo da UFSCar, com apoio da Fapesp, revelou um impacto adicional do glitter convencional: além do plástico, suas partículas contêm metais como alumínio, agravando a contaminação ambiental e fazendo com que leve centenas de anos para se degradar.
Segundo a pesquisa, publicada no New Zealand Journal of Botany, o metal presente nesse produto pode alterar a passagem de luz na água, comprometendo a fotossíntese e o crescimento da Egeria densa (elódea), uma das principais plantas aquáticas do Brasil.
O problema se soma à crise global do plástico, que gera resíduos não degradáveis em larga escala. Somente na Europa, cerca de 350 milhões de toneladas de plástico se acumulam anualmente no meio ambiente, intensificando a contaminação dos ecossistemas.
Bioglitter é alternativa sustentável

A boa notícia é que já existem alternativas sustentáveis ao glitter tradicional, como o bioglitter, que oferece o mesmo brilho, mas é feito a partir de matérias-primas naturais.
Livre de substâncias tóxicas, ele pode ser produzido com mica (rocha), agar-agar (alga) e água. Sua grande vantagem é ser biodegradável, decompondo-se em até 90% em apenas 28 dias em ambientes naturais.
Além disso, essa versão não contém metais pesados e é seguro tanto para a pele quanto para os ecossistemas, tornando-se uma opção mais responsável para quem quer brilhar no Carnaval sem prejudicar o planeta.