Este ano, o desenho de um financiamento climático global deve prevalecer enquanto debate central, além de crises climáticas e outros acordos e negociações
Questões relativas ao financiamento climático previsto no Acordo de Paris, discussões envolvendo o mercado de carbono e temas referentes ao enfrentamento das mudanças climáticas devem ser os principais pontos de foco do Brasil na 29ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, a COP 29. Ela acontecerá entre os dias 11 e 22 de novembro, na cidade de Baku, no Azerbaijão, e contará com a participação de representantes de 198 países e territórios.
“A grande atenção mundial está voltada para a questão do financiamento climático no contexto do Acordo de Paris, que é a nova etapa daqueles US$ 100 bilhões por ano, um compromisso dos países desenvolvidos e que, do nosso ponto de vista e da maioria dos analistas, não foi cumprido ao longo desses cinco anos”, adiantou André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
O Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação em países em desenvolvimento. O acordo foi fechado durante a COP 21, em 2015, e aprovado pelos 195 países que participaram do evento na época.
Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, explica que existem cinco grandes temas que precisam ser amplamente discutidos: transparência, quanto de dinheiro terá o fundo, quem paga, por quanto tempo e o que esse fundo vai financiar. “A gente está a três semanas da COP e esses cinco grandes temas ainda têm muita tensão e controvérsia sobre cada um deles”, destaca.
Debate sobre o mercado de carbono
Outro ponto de destaque na conferência deverá girar em torno da regulação de um mercado de carbono global, que consiste em um sistema de negociação de créditos de carbono com o objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Com negociações comandadas por Singapura e Nova Zelândia, um acordo internacional é esperado ao final do encontro.
Para Ana Toni, ambos os temas precisam avançar na COP 29 e o Brasil tem condições de contribuir de forma efetiva com o debate global, a exemplo do avanço alcançado nacionalmente. “Se os avanços nesses debates não acontecerem, vão para a COP 30. Então, para o sucesso da nossa própria COP, a gente quer muito que isso seja resolvido”, reforça, relembrando que a COP 30 em Belém (PA) em 2025.
Comentários