“O Brasil não fugiu do futuro. O Brasil o inaugurou. E agora, com a Amazônia no centro, o futuro volta para casa”
Há ironias que só a história é capaz de lapidar. Em 1992, quando o mundo ainda aprendia a pronunciar “aquecimento global”, foi no Brasil — exatamente no Brasil — que a humanidade assinou o primeiro pacto planetário para proteger o clima.
A RIO-92 inaugurou não apenas o ciclo das COPs: inaugurou o próprio século XXI ambiental, antes mesmo que o ano 2000 chegasse. Trinta e três anos depois, a roda do tempo retorna ao mesmo território para cobrar coerência, liderança e coragem. E, mais uma vez, a Amazônia se levanta.
A tentativa de culpar a floresta — e quem a desmontou
Na RIO-92, a estratégia dos países desenvolvidos era simples: despistar sua responsabilidade histórica no aquecimento global e transformar a Amazônia — a mesma que resfria o planeta — na “grande vilã” climática. O enredo estava pronto: supostas queimadas tropicais seriam o principal motor do colapso climático. Era o teatro perfeito para quem não queria apontar o óbvio: combustíveis fósseis eram, já naquela época, o coração do problema que incendiava o planeta.
Foi então que o Brasil, sob a liderança de Gilberto Mestrinho, desmontou essa narrativa com um gesto de lucidez e soberania.
Nos bastidores e nos plenários, o governador do Amazonas colocou os números sobre a mesa e revelou a farsa: a conta real do carbono vinha do petróleo, do carvão e do gás — e não da floresta em pé.
A partir daquele momento, o mundo teve que admitir: a Amazônia não era a culpada — era a solução.
Desde 1992, o Brasil escolheu o lado certo da história. Poucos países podem dizer isso. Desde a RIO-92, o Brasil se consolidou como uma das maiores potências mundiais de energia renovável:
• matriz elétrica mais limpa entre as grandes economias; liderança em biocombustíveis;
• cadeia produtiva avançada de etanol e biodiesel;
• histórico de políticas florestais e monitoramento por satélite; Amazônia como maior sumidouro tropical de carbono do planeta.
Enquanto isso, quem tentou colocar a floresta no banco dos réus continuou queimando carvão e petróleo como se não houvesse amanhã — e, com isso, quase não houve mesmo.
O Mapa do Caminho: a história dando razão a quem disse a verdade primeiro
Agora, em 2025, caminhando para o encerramento da COP30, um tema que não estava na agenda – e que foi transformado em tema de capa da Conferência das Partes da Amazônia- transformou-se em seu maior ativo: o mandato para a humanidade remover da história o uso dos combustíveis fósseis. O presidente Lula, autor insistente na proposta, seguido por sua ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na abertura da COP 30, foram atendidos.,
O mundo, finalmente, topa escreve em documento oficial aquilo que Mestrinho já gritava, sozinho, contra as potências, em 1992:
O problema são os combustíveis fósseis.
A solução é a transição energética.
A Amazônia é protagonista — não culpada.
O Mapa do Caminho para a eliminação dos fósseis, apoiado de início por 84 países, é a confirmação tardia, mas definitiva, dessa verdade. Quem tentava maquiar o passado agora admite o futuro: não há saída climática sem enfrentar petróleo, gás e carvão; não há estabilidade planetária sem respeitar a floresta; não há desenvolvimento seguro sem economia baixa em carbono.
A Amazônia volta ao centro do palco — por mérito, por missão e por destino
A COP30 em Belém não é apenas um grande encontro climático. É o retorno do mundo ao seu próprio berço de responsabilidade.
A Amazônia deixou de ser periferia da agenda global. Ela é agora centro geopolítico do século pós-fóssil; reserva de soluções naturais; laboratório vivo de bioeconomia; plataforma para uma nova industrialização limpa e símbolo de soberania energética e tecnológica.
Se o século XX pertenceu ao petróleo, o século XXI — e o XXII que começa a ser rascunhado — pertence à inteligência da floresta, ao carbono vivo, à economia sustentável que só a Amazônia pode oferecer em escala.
O Brasil está voltando ao lugar de onde nunca saiu
O que está em jogo na COP30 não é apenas um documento, um cronograma ou uma negociação multilateral. É a confirmação de uma trajetória que começou no Brasil, nasceu da Amazônia e agora amadurece no planeta.
O Mapa do Caminho é mais do que uma decisão climática: é o segundo capítulo de uma história que começou na RIO-92, quando o Brasil ousou dizer a verdade que ninguém queria ouvir. Hoje, o mundo enfim concorda.
O Brasil não fugiu do futuro. O Brasil o inaugurou. E agora, com a Amazônia no centro, o futuro volta para casa.