Em reunião da Iniciativa em Bioeconomia do G20, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou sobre a capacidade do país em se destacar na bioeconomia
Por conta da biodiversidade, recursos naturais abundantes, e uma base sólida em ciência e tecnologia, o Brasil tem o potencial de se destacar entre os demais países em bioeconomia. Na 4ª Reunião da Iniciativa em Bioeconomia do G20 (GIB), no Rio de Janeiro, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o país ocupa uma posição de destaque para liderar o avanço de uma economia biológica sólida e sustentável, em razão de sua vasta sociobiodiversidade e do setor agropecuário.
Diante de um cenário de urgência climática, a ministra pontuou durante o encontro sobre as recentes catástrofes ambientais no Brasil, como inundações no Rio Grande do Sul e secas, além das queimadas na Amazônia. Com isso, a bioeconomia foi apresentada como uma solução estratégica para enfrentar esses desafios, permitindo a criação de práticas econômicas e produtivas sustentáveis que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ajudar a combater as mudanças climáticas.
Além disso, na avaliação de Luciana, o Brasil não apenas possui um setor acadêmico de renome mundial, mas também uma agropecuária tropical apoiada por ciência, tecnologia e inovação. Isso faz do país um importante protagonista no cenário global, sendo o segundo maior exportador de alimentos do mundo. Essa combinação de recursos naturais, conhecimento científico e inovação tecnológica coloca o Brasil na vanguarda da economia biológica, com potencial para liderar iniciativas globais de desenvolvimento sustentável, descarbonização e transição para energias limpas.
Por fim, a ministra manifestou a expectativa de que a Iniciativa em Bioeconomia tenha continuidade sob a liderança da África do Sul no G20 em 2025, e ressaltou a importância de fortalecer a cooperação entre os países do Norte e do Sul. O intuito é assegurar que os conhecimentos e tecnologias essenciais para o desenvolvimento da economia biológica sejam acessíveis globalmente, promovendo a descarbonização da economia e contribuindo para o enfrentamento de pandemias e crises climáticas.
G20 aprovou declaração sobre princípios da bioeconomia
Representantes do G20 aprovaram, nesta semana, uma declaração que define dez princípios que promovem o desenvolvimento da bioeconomia global, coforme destacou a Agência Brasil. Uma das principais discussões associadas ao tema é a substituição de matérias-primas de origem fóssil por outras menos poluentes. A economia biológica é um conceito que envolve inovações fundamentadas em recursos biológicos, que resultam no desenvolvimento de produtos, processos e serviços mais sustentáveis
“É a primeira vez que o tema da bioeconomia é objeto de um documento multilateralmente acordado”, disse a nota divulgada pela presidência brasileira no G20.
A declaração intitulada “Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia” estabelece que os países do G20 devem se empenhar em usar a economia biológica para erradicar a fome e a pobreza, incluir povos indígenas e comunidades locais, além de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Além disso, o documento também visa promover a conservação da biodiversidade, adotar padrões sustentáveis de consumo e produção, utilizar metodologias transparentes para avaliar a sustentabilidade das cadeias de valor e impulsionar a inovação por meio da cooperação internacional. Esses compromissos visam garantir que o desenvolvimento da bioeconomia seja ambientalmente responsável e socialmente inclusivo.
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