Conselheiro Ary Moutinho é afastado do TCE após denúncia de agressão

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) tomou uma decisão histórica nesta quinta-feira, afastando o conselheiro Ari Moutinho de suas funções após uma série de acusações feitas pela conselheira Yara Lins, que recentemente foi eleita presidente da corte.

O afastamento de Ari Moutinho foi oficializado pela Segunda Câmara do TCE-AM e registrado no Diário Oficial do órgão, após análise do corregedor-geral, Conselheiro Relator Júlio Pinheiro. A medida visa preservar a integridade da instrução probatória enquanto as alegações de agressão e ameaças feitas por Yara Lins são investigadas.

O caso teve início durante as eleições que definiram a nova mesa diretora do TCE-AM para o biênio 2024-2025, quando Yara Lins alega ter sido vítima de agressões verbais e ameaças por parte de Ari Moutinho. Imagens de câmeras de segurança presentes no local registraram parte da discussão entre os dois conselheiros.

TCE

Yara Lins formalizou sua denúncia registrando um Boletim de Ocorrência, detalhando as ofensas proferidas por Ari Moutinho e as ameaças judiciais que alega ter sofrido. Durante uma coletiva de imprensa, ela compartilhou sua experiência: “Eu estava no plenário com os conselheiros, fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse: ‘bom dia’. Ele respondeu: ‘bom dia, nada safada, puta, vadia’, e em seguida me ameaçou, dizendo: ‘eu vou te f*der através da Lindora lá da procuradoria do Ministério Público, você vai ver junto ao STJ [Supremo Tribunal de Justiça]’.”

Ela ressaltou a importância de denunciar o ocorrido e buscar justiça: “Eu sou a única conselheira lá do tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denúncia, mas eu não poderia me acovardar como muitas fazem, por ameaças, e eu não aceito ameaças. Eu quero que a justiça puna o agressor. Fui agredida dentro da minha função, no plenário do Tribunal de Contas.”

Ari Moutinho, por sua vez, negou veementemente as acusações e sugeriu que elas poderiam ser uma retaliação devido ao fato de ele não ter apoiado a eleição de Yara Lins para a presidência do TCE-AM. Ele declarou: “Acredito que tudo isso possa ser uma tentativa de me punir injustamente pelo simples fato de ter exercido meu direito de anular meu voto durante as eleições para a direção do TCE. O TCE sempre foi uma Corte harmoniosa, e eu continuarei lá para cumprir meu papel de fiscalizar os recursos públicos.”

O afastamento de Ari Moutinho TCE- AM representa um momento crucial na investigação desse caso, que continuará a ser acompanhado de perto pela sociedade e pelas autoridades competentes.

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