Em meio a uma economia global em desaceleração, o Brasil se destaca com um crescimento acima da média, apoiado em três pilares destacados. Entre os motivos de preocupação, o FMI destacou os riscos associados às mudanças climáticas
Em um contexto onde a economia global desacelera, o Brasil surge como um destaque, projetando um crescimento superior à média mundial. Conforme divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório Panorama Econômico Mundial, o PIB brasileiro tem uma expectativa de crescimento de 3,1% para 2023. Essa projeção representa um aumento de 1 ponto percentual em comparação à previsão anterior de julho.
Contexto global
Em contraste, o panorama global demonstrou uma diminuição na expectativa de crescimento, de 3,5% para 3% em 2023. Além disso, para 2024, o Fundo Monetário Internacional ajustou positivamente a projeção para o Brasil, de 1,2% para 1,5%, e fez uma ligeira retração na expectativa mundial de 3% para 2,9%. Este relatório foi apresentado em Marrakech, Marrocos, durante um encontro conjunto do FMI e do Banco Mundial.
Motivos para otimismo
A revisão positiva das projeções brasileiras pelo FMI foi influenciada por três fatores primordiais: uma agricultura em franco crescimento, a resiliência dos serviços no primeiro semestre e o fortalecimento do consumo, resultado direto de medidas fiscais de estímulo.
No entanto, apesar das projeções otimistas, o órgão internacional também destacou preocupações para o Brasil. Entre elas, a contínua inflação e o crescente endividamento familiar. O relatório ainda fez referência à limitação fiscal para despesas essenciais e os riscos associados às mudanças climáticas.
Comparação com estimativas nacionais
O posicionamento do FMI parece alinhar-se com as projeções internas do Brasil. A Secretaria de Política Econômica prevê um crescimento de 3,2% em 2023 e 2,3% em 2024. Da mesma forma, o Banco Central projeta um aumento de 2,9% no PIB para 2023 e 1,8% para 2024. Já o boletim Focus, do Banco Central, estima um crescimento de 2,92% em 2023 e 1,5% em 2024.
Panorama latino-americano
Segundo o fundo, Brasil e Chile lideram a flexibilização da política monetária na América Latina após recentes aumentos de juros. A expectativa de crescimento para a região foi revisada de 1,9% para 2,3%, impulsionada principalmente pela valorização das commodities após uma queda no ano anterior.
Cenário internacional
Quanto ao cenário global, o FMI ressaltou que, embora a economia mundial esteja se recuperando da pandemia e do conflito na Ucrânia, o ritmo de crescimento ainda está abaixo do histórico. Vale notar que essas projeções foram feitas antes dos recentes conflitos entre Israel e Hamás, que podem trazer novas incertezas ao panorama global.
Com informações da Agência Brasil
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