“…a união entre a classe política e as entidades que representam a indústria instaladas na Amazônia – com o protagonismo de quem transforma impactos em oportunidades sustentáveis, geram 500 mil empregos e tantos benefícios, alguns historicamente adiados – está escrevendo a história de um novo momento marcado por ganhos políticos, econômicos, sociais e ambientais da maior relevância.”
Por Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
As entidades representativas da Indústria desembarcaram em Brasília nesta semana de discussões decisivas. Afinal, o Planalto é o lugar onde as decisões mais importantes são debatidas e encaminhadas. CIEAM e ABRACICLO, entidades de direito privado que representam as indústrias instaladas na floresta amazônica, tem plena consciência da dialética entre a fragilidade e as potencialidades do bioma, sob atenção permanente do olhar universal. Afinal, quem investe na Amazônia sabe, de antemão, da vigilância imperativa e das atitudes diferenciadas. As entidades se fizeram acompanhar de seus Conselheiros com uma pauta de Reforma Tributária e de aproximação com a Bancada Parlamentar dos estados da Amazônia Ocidental mais o estado do Amapá. O debate é sobre o amanhã que já começou.
Empreender na Amazônia, um bioma essencial ao equilíbrio climático e também detentor das riquezas naturais e dos serviços mais preciosas do planeta, implica no enfrentamento de desafios significativos em relação ao seu desenvolvimento econômico e à proteção de sua floresta. Nesse contexto, é de vital importância que entidades que representam as empresas do Polo industrial de Manaus, participem do debate público sobre a Reforma Tributária e reforcem a interlocução os com parlamentares da região sobre as demandas desta região. Uma aproximação crucial para promover a união de todos na busca de objetivos comuns de defesa do arcabouço jurídico e resguardo da proteção socioambiental.
Do ponto de vista político, essa colaboração pode resultar em um apoio mais amplo e coeso por parte da representação parlamentar às questões inerentes ao desafio das desigualdades regionais, como a aplicação direta dos recursos gerados pela indústria na região onde, segundo o IBGE, persistem indicadores deploráveis de vulnerabilidade social. Por que o Amazonas, onde estão instaladas as indústrias, está situado entre os maiores contribuintes da Receita Federal, quando poderia compartilhar esses recursos com os vizinhos desguarnecidos de infraestrutura competitiva? Por que não direcionar esses recursos para atender as demandas de emprego, renda e oportunidades para a região empobrecida?
Ao unir forças, fomentar o debate e sugerir formatos de medidas efetivas para as demandas regionais, os representantes da Amazônia podem exercer uma influência mais eficaz no Congresso Nacional, apresentando propostas e leis que incentivem práticas sustentáveis e promotoras da prosperidade socioeconômica na região.
Em termos estratégicos, a promoção de uma economia sustentável na Amazônia, ou seja, capaz de aproveitar racionalmente as múltiplas alternativas de negócios, pode abrir portas para investimentos e oportunidades de novos negócios. Hoje, com a legislação da Zona Franca Verde, todos os estados submetidos à gestão da Suframa, agência indutora do desenvolvimento regional, têm vantagens fiscais significativas para empinar diversos empreendimentos.
A fabricação de insumos, partes e peças para veículos de duas rodas, eletroeletrônicos, embalagens, têxtil, alimentício, para dar alguns exemplos, podem representar uma economia estratégica para a região, criando empregos e estimulando o crescimento econômico local. Além disso, estão abertas as portas do desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis pode atrair investidores interessados em soluções inovadoras para a conservação da floresta e benefícios sociais.
De quebra, o fortalecimento da economia sustentável na Amazônia não apenas proporciona empregos para a população local, mas é emergencial para conter a expansão das atividades ilegais, como o desmatamento, o garimpo ilegal, a grilagem de terras e o narcotráfico. E mais, também contribuirá para a preservação das riquezas naturais da região e criar condições para a regeneração de áreas degradadas, com reflorestamento a partir de espécies de alto valor comercial como a castanheira, seringueira, mogno, as oleaginosas e as espécies da farmacopeia natural e da dermocosméticos. Tudo isso, no fim das contas, podemos reduzir as emissões dos gases do efeito estufa e proteger a biodiversidade única da Amazônia, gerando crédito de carbono e a precificação dos serviços ambientais.
Além disso, ao empunhar a bandeira do desenvolvimento econômico associado à proteção florestal, esses esforços, inevitavelmente, vão atrair a atenção internacional e o apoio de organizações ambientais e governos estrangeiros, o que poderia resultar em financiamento adicional e parcerias para a região. Em suma, a união entre a classe política e as entidades que representam a indústria instaladas na Amazônia – com o protagonismo de quem transformam impactos em oportunidades sustentáveis, geram 500 mil emprego e tantos benefícios, alguns historicamente adiados – está escrevendo a história de um novo momento marcado por ganhos políticos, econômicos, sociais e ambientais da maior relevância, e assegurando as condições de proteção da floresta e sobretudo das pessoas que aqui vivem.
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