O Fundo Verde para o Clima (GCF, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) tem sido alvo de críticas por aprovar o financiamento de cerca de US$ 190 milhões para um programa que inclui algumas das maiores empresas agrícolas do mundo. Essas corporações, inclusive frigoríficos, têm estado por trás do desmatamento no Brasil e em outros países.
Segundo o Climate Home, o financiamento do GCF é destinado ao &Green Fund, um fundo de investimentos dos Países Baixos com a missão de combater o desmatamento em cadeias produtivas de carne bovina, soja e óleo de palma, entre outros.
O &Green Fund assegura que os recursos serão alocados para empresas que adotem práticas sustentáveis. Contudo, entre os beneficiários já se encontra a brasileira Marfrig, envolvida com problemas de desmatamento ilegal em sua cadeia de suprimentos.
“Essas empresas deveriam ter mudado seus hábitos anos atrás, devido a leis, regulamentos e políticas nacionais. Mas elas não o fizeram. Não é razoável acreditar que o problema [desmatamento] vai acabar pagando as empresas por trás dele. É pagar aos poluidores em vez de fazê-los pagar”, criticou Florencia Ortuzar, da Associação Interamericana de Defesa Ambiental (AIDA).
A Defesa do &Green Fund
Em resposta às críticas, o &Green Fund justifica que o financiamento do GCF ajudará essas empresas a “mudar o paradigma” de suas operações e atrair mais investimentos sustentáveis de origem privada. Apesar de questionamentos, a proposta foi aprovada pelo conselho do GCF.
O Climate Home relatou que representantes governamentais e conselheiros concordaram com a nova estratégia do GCF para o período de 2024 a 2027. A estratégia prevê a movimentação de entre US$ 2 e US$ 3 bilhões por ano nesse período, um aumento em relação à média de US$ 2 bilhões anuais dos últimos três anos.
Desafios do Financiamento
A origem dos recursos, contudo, continua sendo um ponto de discórdia. Países em desenvolvimento defendem a necessidade de mais contribuições públicas de nações desenvolvidas, enquanto governos ricos argumentam pela “diversificação” dos doadores, incluindo instituições financeiras multilaterais, setor privado e países emergentes.
*Com informações do CLIMA INFO
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