Mais uma megapetroleira anunciou lucro recorde: depois de Chevron e ExxonMobil, agora a Shell confirmou um ganho líquido de impressionantes US$ 40 bilhões em 2022. O lucro é o maior já obtido pela empresa em seus 115 anos de história.
No último trimestre do ano passado, a Shell registrou lucros de quase US$ 10 bilhões, o que representa mais da metade dos US$ 19 bi obtidos pela empresa em todo o ano de 2021. Tudo isso é resultado direto da alta dos preços do petróleo e do gás registrada no último ano, que vitaminou os ganhos das petroleiras e penalizou os consumidores com combustíveis absurdamente mais caros.
Os ganhos excepcionais, no entanto, não terão reflexos na dita estratégia da Shell para transição energética. De acordo com a Bloomberg, a direção da petroleira pretende manter o nível de investimento em sua divisão de energia renovável neste ano, sem aplicar um centavo adicional sequer na aceleração dessa transição.
Em 2022, a Shell investiu cerca de US$ 3,5 bilhões nos negócios de energia renovável, o que representou cerca de 14% do total de suas despesas de capital, com um aumento dos custos de mais de US$ 1 bi na comparação com 2021.
Para 2023, a empresa não prevê aumento nos investimentos e promete manter o nível nos patamares do último ano.
A “menina dos olhos” da vez da petroleira é o mercado de gás natural. As vendas deste combustível foram o principal fator por trás do lucro recorde em 2022 e a ideia é aproveitar a alta demanda prevista para este ano. “Nosso negócio de gás natural continua a crescer em um mundo que precisa desesperadamente (de gás natural) no momento, e acho que por muito tempo”, afirmou o CEO da Shell, Wael Sawan, citado pela Bloomberg.O lucro exorbitante da Shell em 2022 foi bastante repercutido na imprensa, com destaques na Associated Press, BBC, Bloomberg, CNBC, CNN, Financial Times, Guardian, NY Times e Reuters.
Texto publicado em CLIMA INFO
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