O coronel da reserva do exército, Samuel Vieira de Souza, foi exonerado na última 5ª feira (18/8) da direção de proteção ambiental do IBAMA. Ele é o terceiro nome – todos militares – a passar pelo posto sob o atual governo, em um contexto de avanço do desmatamento e da destruição ambiental.
Souza deixa o IBAMA poucos dias após participar de uma operação de fiscalização e combate ao garimpo na Terra Indígena Yanomami, com direito a uma entrevista para o Fantástico (TV Globo).
Curiosamente, o antecessor dele no cargo, o major da PM paulista Olivaldi Borges Azevedo, foi exonerado em abril de 2020 nas mesmas circunstâncias: depois de participar de uma operação antigarimpo e aparecer no programa dominical da TV Globo.
À época, especulou-se que a saída de Azevedo se deveu à insatisfação do governo federal com a conduta dos agentes na operação, que resultou em apreensão e destruição de equipamentos utilizados no garimpo – o que contrariou a posição pública do presidente da República, que se opõe à prática, a despeito de sua legalidade.
Nota IBAMA
Ao menos publicamente, a exoneração de Souza teria acontecido a pedido do próprio. “O IBAMA informa que o ex-diretor fará parte, como assessor especial do ministro do meio ambiente, do grupo de trabalho copresidido pelo ministro Joaquim Leite, pelo ministro da justiça e segurança pública, Anderson Torres, e pelo enviado especial americano para o clima, John Kerry, para combater o comércio ilegal de produtos florestais, e com o objetivo de alcançar resultados imediatos no combate aos crimes nacionais e internacionais de tráfico de animais silvestres, mineração ilegal e comércio ilegal de madeira, bem como bloquear o uso dos sistemas financeiro e comercial internacionais associados a atividades ilegais com produtos florestais”, informa nota do IBAMA citada pelo g1.
CartaCapital, ((o)) eco, Poder360 e Metrópoles, entre outros, também repercutiram a notícia.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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