Projeto teve início no primeiro semestre de 2022 e seguirá até dezembro de 2023, com a proposta de restaurar 886.3 hectares de vegetação, sendo 720.8 em áreas de RPPNs e 165.5 em regiões do entorno
A SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) pretende restaurar 886.3 hectares de Mata Atlântica, correspondente a quase 900 campos de futebol, nos municípios de Antonina e Guaraqueçaba, no Paraná. O projeto, chamado “Mata Atlântica, das encostas às áreas alagadas: restauração ecológica em RPPNs do Mosaico Lagamar”, começou no primeiro semestre de 2022 e seguirá até dezembro de 2023, realizando plantações com uma diversidade de espécies características de florestas maduras da região, focando em áreas do bioma que ainda podem ser enriquecidas em biodiversidade.
Do total, o projeto irá restaurar 720.8 hectares em áreas de RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) localizadas dentro do Mosaico Lagamar, que é um dos 14 mosaicos federais existentes no Brasil, e 165.5 ha em regiões do entorno. Além disso, um hectare (10 mil metros quadrados) será transformado em agrofloresta, que é um sistema produtivo que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas.
Para a restauração, serão utilizadas três técnicas: o enriquecimento em áreas no início do processo de restauração com o plantio de mudas de espécies de florestas maduras; nucleação em áreas tomadas pela espécie exótica rasteira braquiária (Urochloa spp, que compete com as espécies nativas e as sufoca), que consiste na formação de núcleos de vegetação com espécies com capacidade de melhorar o ambiente, facilitando a ocupação por outras espécies; e, por último, o estaqueamento para controle da braquiária em áreas alagadas.
A expectativa para o projeto, no momento, é contribuir com o incremento da biodiversidade florestal das Reservas e com a geração de oferta de serviços ecossistêmicos para a região do Mosaico Lagamar. Reginaldo Ferreira, coordenador geral do projeto, explica: “A proposta tem como finalidade principal a recuperação da vegetação nativa, promovendo a captura de carbono da atmosfera, contribuindo com a mitigação e adaptação às mudanças do clima e a melhoria ambiental”.
O projeto é custeado com apoio financeiro do KfW Entwicklungsbank (Banco Alemão de Desenvolvimento), por intermédio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO) no âmbito do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica.
Fonte: O Eco
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