Três gigantes do Observatório do Clima – Marcio Astrini, Suely Araújo e Claudio Ângelo – se debruçaram sobre as “53 ações estratégicas prioritárias” de uma apresentação em powerpoint que integra o pacote de documentos da reunião do Conselho Nacional da Amazônia, de 3/11, com o planejamento para a “integração de políticas públicas” para a região. E mostram neste pente fino publicado no site do OC que não se trata de uma estratégia de combate ao desmatamento e às queimadas, visando a preservação ambiental, mas sim uma tática de ocupação militar do bioma baseada em teses do século passado. Como destacam os autores, “em todo o documento, o INPE não é citado nenhuma vez; o Ibama e o ICMBio, os principais órgãos federais de meio ambiente, são citados apenas num item que fala sobre sua “reestruturação” e “doutrinação”. O Ministério da Defesa aparece 22 vezes. Não há nenhuma menção nas 62 páginas do documento ao PPCDAm, o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, que foi determinante para a redução em 83% das taxas de desmatamento na Amazônia entre 2004 e 2012.” Ainda de acordo com a análise do OC, ficam claras as intenções de “revisar” Unidades de Conservação e Terras Indígenas, controlar organizações não-governamentais por meio de um “marco regulatório” e de subordinar o monitoramento ambiental, hoje a cargo de uma instituição civil de Ciência e Tecnologia, à Defesa.
Em tempo: Enquanto isso, na Amazônia, o exército fiscaliza menos, com efetivo cinco vezes maior que o Ibama. Segundo análise do Fakebook, do OC, o balanço de seis meses da Operação Verde Brasil 2 divulgado pelo Ministério da Defesa mostra ainda que o número de multas e de propriedades embargadas caiu nos seis meses da operação, apesar de orçamento seis vezes maior e do “reforço” de 3.400 militares.
Fonte: ClimaInfo
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