Pesquisa avaliou mais de 60 empreendimentos para encontrar as áreas e modelos de negócio com maior impacto da bioeconomia
Diante do cenário crítico atual na Amazônia, com mais de 120 mil focos de incêndio registrados em 2024 e 70 milhões de hectares desmatados nas últimas cinco décadas, visar o desenvolvimento econômico aliado a esforços na preservação e restauração ambiental tornou-se essencial para evitar maiores danos ao bioma.
Analisando esse contexto, um estudo recente da Aliança pela Restauração da Amazônia, com apoio da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, destacou o potencial transformador das iniciativas de restauração florestal na região amazônica. O relatório, intitulado “Bioeconomia da Restauração na Amazônia“, identifica 61 casos potenciais e seleciona 13 como mais relevantes, propondo quatro modelos de negócios que podem impulsionar a restauração e gerar benefícios socioeconômicos.
Os modelos de negócio de destaque incluem: sistemas agroflorestais, que combinam agricultura e conservação; coleta de sementes nativas, essencial para reflorestamento e conservação de espécies; geração de créditos de carbono, um mercado em expansão no combate às mudanças climáticas e produtos da sociobiodiversidade, como o açaí e a castanha, que promovem o uso sustentável dos recursos naturais e geram renda para as comunidades locais.
“A restauração florestal não apenas recupera áreas degradadas, mas também previne novos desmatamentos e fortalece uma economia sustentável baseada na floresta. O estudo propõe acelerar soluções financeiras e políticas públicas que viabilizem esse processo na Amazônia”, explicou Rubens Benini, líder de Florestas e Restauração da TNC Brasil. Ele pontua que a restauração em larga escala é uma peça-chave para o cumprimento das metas climáticas globais, como limitar o aquecimento global a 1,5ºC.