“Através de uma abordagem colaborativa e visionária, CIEAM e seus parceiros estão resgatando caminhos hidroviários para uma região mais conectada, produtiva e resiliente, pronta para enfrentar os desafios do século XXI.”
Por Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
No coração da floresta, e em regime de mutirão e comunhão de propósitos, uma revolução logística começa a tomar forma, prometendo transformar o cenário econômico e infraestrutural da região. Sob a liderança do professor Augusto Rocha, coordenador da Comissão de Logística, e Lucio Flavio de Oliveira, presidente executivo do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), medidas ambiciosas estão sendo implementadas para revitalizar e expandir o modal fluvial marítimo. Esta iniciativa, historicamente alinhada às necessidades da economia amazônica, busca superar décadas de negligência e desaproveitamento das vias navegáveis da região.
Após o Carnaval, a Comissão de Logística se juntará com representantes da bancada parlamentar do Estado, da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, Sedecti, para debater com o Ministério dos Portos e Aeroportos, visando ampliar o diálogo e a ação conjunta para o desenvolvimento logístico interinstitucional. A grande novidade vem com a promessa do governo de criar uma Secretaria Nacional de Hidrovias, uma medida destinada a fomentar os mais de 19 mil km de vias navegáveis do Brasil, com potencial estimado em mais de 40 mil km.
Em um movimento para sanar a “dívida histórica” com a infraestrutura hidroviária, o governo delineou três agendas principais. Primeiramente, a projeção e implementação de quatro grandes hidrovias com substanciais investimentos. Estes projetos visam não só expandir o modal de transporte, mas também potencializar o setor produtivo, facilitando o escoamento da produção e mitigando os impactos da estiagem que prejudicou severamente a região no ano passado e tem previsão de repetir seus estragos.
Com um orçamento previsto de mais de R$ 500 milhões ao longo de 2024, além do desenho das hidrovias, o plano já anuncia investimentos em dragagens e eclusas, além da entrega de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, como o EVTEA da Barra Norte. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) também está mobilizada, criando grupos de trabalho e planejando consultas públicas para acelerar os resultados.
Além disso, o governo pretende estabelecer 60 instalações portuárias públicas e de pequeno porte (IP4s) nos próximos três anos, com vistas a descentralizar e democratizar o acesso às infraestruturas logísticas. Este esforço é acompanhado de uma política de desburocratização do Fundo da Marinha Mercante (FMM), buscando ampliar o escopo de investimentos não só para a agenda portuária, mas também para a hidroviária.
O compromisso do governo com a infraestrutura hidroviária fica evidenciado – e assim deve ser acompanhado – pelo anúncio da criação de uma secretaria nacional de hidrovias e transporte aquaviário e a previsão de lançamento do ‘BR dos Rios’ em novembro de 2024. Este programa visa estimular a navegação interior, com estudos para PPPs nas hidrovias dos rios Madeira, Paraguai, Lagoa Mirim, Tocantins, e Barra Norte do Rio Amazonas, representando mais de R$ 4 bilhões em investimentos.
Esta série de iniciativas representa um marco no desenvolvimento logístico da região amazônica, sinalizando boas perspectivas para a indústria da Amazônia, uma era de maior integração e eficiência. Com o apoio de parcerias público-privadas (PPPs), o projeto não só promete fortalecer o setor produtivo local, mas também contribuir para uma integração mais ampla com a América do Sul, abrindo novas rotas de comércio e cooperação.
Em meio a esta movimentação, a Comissão de Logística do CIEAM, sua capacidade de mobilização e fidelização dos parceiros emerge como um mutirão amazônico com figuras centrais na redefinição do futuro logístico da Amazônia. Através de uma abordagem colaborativa e visionária, CIEAM e seus parceiros estão resgatando caminhos hidroviários para uma região mais conectada, produtiva e resiliente, pronta para enfrentar os desafios do século XXI.
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