“As empresas associadas ao Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), por força de sua inserção no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), depois de quase meio século de expectativas, passam a desfrutar da cidadania industrial e empresarial do país”.
Por Alfredo Lopes e Fabíola Abess
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Coluna Follow-Up
A inserção do Polo industrial de Manaus no contexto da política nacional de industrialização é o grande objetivo da iniciativa da implantação da Zona Franca de Manaus em 1957, do deputado Francisco Pereira Sobrinho, um projeto legislativo, homologado por Juscelino Kubitscheck no mesmo ano, mas transformado em Decreto-Lei n. 288/67, uma década depois, graças às pressões das lideranças políticas e empresariais da Amazônia. Querendo ou não, a configuração de poder no país se consolidou neste formato, onde a gestão central determina o abraço e o não-abraço dos grandes propósitos de desenvolvimento regional e nacional. Isso só poderia ser mudado no dia em que as regiões conquistassem autonomia administrativa e financeira. E esse dia parece cada vez mais distante.
Por isso é tão extraordinariamente importante a presença das lideranças do CIEAM no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial do MDIC. Por uma razão muito simples: até aqui as empresas precisavam desembarcar em romarias intermináveis nos gabinetes políticos e ministeriais para exercer o direito de empreender na Amazônia. E para isso precisam de algumas habilidades de persuasão para explicar os próprios projetos. Isso poderia levar anos, representava castigos, em lugar de aplausos pelo fato de desembarcar projetos industriais numa região desprovida de infraestrutura competitiva e que, no começo tudo, praticamente, tudo estava por ser feito. Podemos um dia escrever a história inacreditável de empreender na floresta com a obrigação de gerar emprego, oportunidades e aprender a protegê-la.
As empresas associadas ao Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), por causa de sua inserção no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), depois de quase meio século, passam a desfrutar da cidadania industrial e empresarial do país. Os líderes das diversas Comissões da entidade já integram o primeiro e mais importante objetivo do CNDI: construir uma nova política industrial para o Estado brasileiro, ou seja, a montagem de um Sumário onde haverão vários capítulos com a presença desses empreendimentos na qualidade de formuladores das premissas deste movimento emergencial de reindustrialização do Brasil.
A agenda já tem um nome pomposo e efetivamente coerente com os propósitos que vão conduzi-la: “Nova Indústria Brasil: forte, transformadora e sustentável”. O termo integração foi desnecessário pois poderia representar um remendo de pedaços distintos. A própria inserção, uma diluição harmoniosa e promissora, dos líderes da ZFM nos diversos grupos temáticos já traduz os primeiros ensaios da nova movimentação.
A sonhada integração cantada em prosa e verso como narrativas que mais pareciam clamores de cidadãos empresários de segunda classe, ganha status de realidade. As bases materiais que explicam as mudanças ao longo da construção da história já estão colocadas. Algumas empresas ou entidades são as mesmas e a meta de todos e refazer o caminho da industrialização nacional. A história da riqueza do Brasil nada ficará devendo a Léo Huberman, autor da célebre História da Riqueza do Homem, um best-seller que explica em detalhes como se dão os conflitos e avanços na construção do poder.
O CIEAM foi representado pelos coordenadores das Comissões CIEAM para cada grupo temático convidado para as missões industriais:
5/10 – GT Bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as gerações futuras: Ronaldo Gerdes – coordenador da Comissão CIEAM de Transição Energética
6/10 – GT Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades: Augusto César Rocha – coordenador da Comissão CIEAM de Logística
10/10 – GT Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade: Mariana Barrella – coordenadora da Comissão CIEAM de Desenvolvimento Industrial e Inovação
11/10 – GT Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais: Luiz Augusto Barreto Rocha: presidente do Conselho Superior do CIEAM e fundador da indústria de confecções BDS.
De acordo com o presidente do Conselho, Luiz Augusto Rocha, “… em breve, não precisaremos correr para os jornais do Sudeste para demonstrar os nossos acertos para quem não nos quer ouvir. Os fatos começarão a falar por si e qualquer dúvida, quem poderá responder é o Serviço de Comunicação do CNDI, onde teremos espaço e oportunidade de dizer o que fazemos, como transformamos política fiscal em produção industrial de classe mundial, com proteção florestal e promoção socioeconômica da Amazônia e do Brasil.”
Assista ao vídeo na página do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Fabíola Abess é jornalista e assessora de imprensa do CIEAM
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